O legado de um homem incontornável
Pinto da Costa, o presidente que marcou indelevelmente a história do FC Porto, faleceu este sábado aos 87 anos, vítima de uma doença prolongada. O líder máximo dos dragões durante 42 anos, entre 1982 e 2024, transformou o clube num dos mais bem-sucedidos de Portugal e da Europa.
Diagnosticado com cancro da próstata em setembro de 2021, Pinto da Costa lutou até ao fim contra a doença, mas acabou por sucumbir após um agravamento nos últimos dias. O FC Porto está de luto pela perda de uma figura incontornável, não apenas para o clube, mas para todo o futebol português.
Um presidente disruptivo e obstinado
Pinto da Costa foi um presidente disruptivo e obstinado, que conquistou 69 títulos no futebol e mais de 2500 entre todas as modalidades. Sob a sua liderança, o FC Porto deixou de ser um clube «conformado, tímido e receoso» para se tornar uma marca mundial, com sete conquistas internacionais, incluindo duas Ligas dos Campeões.
«As alegrias que proporcionou aos portistas foram, por si mesmas, também uma das maiores felicidades de Pinto da Costa, que tantas evocava o impacto desses momentos na vida de quem tinha pouco mais por onde sorrir», refere o texto.
Uma figura de contrastes
Disruptivo e polémico, Pinto da Costa despertava paixões e ódios intensos, sendo venerado pela nação azul e branca pelo trajeto de sucesso que trilhou, enfrentando todos os obstáculos. O líder fez da «guerra ao centralismo» uma bandeira paralela à do clube, rodeando-se de nomes de confiança como José Maria Pedroto, Luís Teles Roxo e Reinaldo Teles.
Pinto da Costa tinha um «olho clínico» para escolher os treinadores, desde o «mestre» Pedroto a Sérgio Conceição, o mais longevo e titulado em 42 anos. Poucos saíram do clube sem lhe acrescentar troféus, mesmo aqueles que chegaram sem saber o que era vencer.