José Luís Arnaut, de 61 anos, advogado e atual presidente do Conselho de Administração da ANA, Aeroportos, cessa hoje funções como presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), cargo que ocupava desde 2011. Antes, Arnaut também exerceu funções idênticas na Liga de Clubes, presidida por Fernando Gomes, com quem manteve contacto institucional direto durante década e meia.
Numa entrevista concedida ao jornal A BOLA, Arnaut elogia a liderança de Gianni Infantino na FIFA, destacando a sua «enorme capacidade de trabalho» e «integridade e seriedade à prova de bala» que lhe permitiram impor-se e «limpar a estrutura corrupta» da entidade. «Infantino fala português fluentemente, viveu cá e trabalhámos muito juntos, e a mudança que protagonizou na FIFA foi no sentido da transparência, acabaram as decisões tomadas à porta fechada, e as candidaturas aos Mundiais são votadas em plenário, por voto secreto», afirmou.
Apoio de Portugal à candidatura de Infantino
Arnaut recorda que a FPF e Fernando Gomes apoiaram de forma «muito visível» a candidatura de Infantino à presidência da FIFA, considerando que era necessário «limpar aquela podridão que existia» na organização, com o anterior presidente Sepp Blatter a considerar-se «um Chefe de Estado» e a ter «uma entourage inqualificável».
Mundial de 2030
Quanto à organização do Mundial de 2030, que está intimamente ligada a Fernando Gomes, Arnaut acredita que Portugal tem infraestruturas para receber a competição, apesar de reconhecer alguns défices, nomeadamente na rede ferroviária. O responsável da ANA destaca a contratação do engenheiro António Laranjo, que teve «uma experiência única na estruturação do Euro-2004», para ajudar na preparação do evento.
Futuro papel de Arnaut
Apesar de se afastar da FPF, Arnaut diz que continuará «atento ao fenómeno desportivo» e seguirá «com muita atenção o que se vai passar no nosso País no Campeonato do Mundo de 2030». Arnaut, que foi ministro da Presidência no Governo de Durão Barroso com a tutela do Desporto, considera que o futebol «é muito mais que um jogo» e tem uma «vertente económica, uma dimensão social e é uma realidade desportiva» que devem estar em equilíbrio. O dirigente elogia também a mudança de paradigma em relação ao Desporto, que deixou de ser visto como uma despesa e passou a ser encarado como um investimento.