O impacto da política externa dos EUA nos eventos desportivos internacionais
Num mundo cada vez mais imprevisível, o impacto da política externa dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump paira sobre os principais eventos desportivos internacionais. As decisões polémicas do atual Presidente norte-americano, como o aumento das tarifas aduaneiras sobre importações do Canadá e México, lançam incertezas sobre a organização de grandes eventos desportivos que envolvem estes países.
Apesar da candidatura conjunta do Canadá, México e Estados Unidos para o Mundial de Futebol de 2026 ter sido aprovada ainda no governo de Barack Obama, foi já durante o mandato de Trump que ela foi confirmada. O atual Presidente norte-americano deixou claro o seu envolvimento neste evento, agradecendo publicamente ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, pelos «eventos que estão a organizar nos Estados Unidos».
O Mundial de Clubes de 2025 e os Jogos Olímpicos de 2028
Antes disso, em 2025, os Estados Unidos também serão palco do Mundial de Clubes, com a presença de três clubes mexicanos. Isso deverá gerar um movimento significativo de adeptos do México viajando para apoiar as suas equipas. Dependendo da evolução da «guerra fiscal» entre os países, a cooperação entre eles neste evento poderá ser afetada, embora a FIFA mantenha a tutela técnica.
Já em 2028, Los Angeles acolherá os Jogos Olímpicos, ainda durante o mandato de Trump. Em 1984, quando a cidade californiana também recebeu os Jogos, o bloco de Leste decidiu boicotar o evento em retaliação ao boicote aos Jogos de Moscovo 1980. Apesar de ser difícil prever o cenário político mundial daqui a 6 anos, não se pode descartar a possibilidade de novos conflitos que possam afetar a realização dos Jogos Olímpicos de 2028.
Espera-se que o espírito de paz e união que o desporto carrega, desde as antigas tréguas olímpicas na Grécia, possa contribuir para minimizar as tensões geopolíticas e permitir a realização destes eventos num ambiente de cooperação internacional.