Uma recente auditoria forense às contas do FC Porto nos últimos 10 anos revelou gastos excessivos e irregularidades na gestão da antiga direção liderada por Pinto da Costa. O documento aponta para vários milhões de euros em despesas de representação, com a equipa técnica e administrativa a gastar uma verdadeira fortuna em refeições e deslocações.
As conclusões da auditoria forense têm gerado polémica no futebol português, com alguns a considerarem que os resultados devem «fazer corar» o presidente do Benfica, Rui Costa. Isto porque, apesar de Rui Costa ter mandado analisar vários contratos da antiga gestão liderada por Luís Filipe Vieira, não foram encontradas irregularidades.
Gastos excessivos em refeições e deslocações
Segundo o ex-futebolista Diogo Luís, os antigos administradores do FC Porto eram «uns grandes comilões». De acordo com os dados da auditoria, a direção tinha um orçamento de 275 mil euros para refeições, mas acabou por gastar mais 420 mil euros adicionais, totalizando 700 mil euros apenas em alimentação. «Tinham que ser uns grandes comilões para comer tanto», afirmou Diogo Luís.
Para além disso, os auditores detetaram que a antiga administração gastou 250 mil euros em portagens, combustíveis e estacionamento, o que levanta suspeitas sobre a quantidade de deslocações realizadas. «Esta gente devia percorrer o país inteiro. Ou se calhar ia a Espanha ou Itália. Não iam de avião com a equipa, iam de carro. Impressionante», criticou o antigo jogador.
Contrastes com a postura do Benfica
Por outro lado, o ex-vice-presidente do Benfica, António Figueiredo, lembrou que o clube da Luz foi investigado pelos resultados dos jogos com o Vitória de Setúbal, enquanto o FC Porto «não perdeu um» jogo com o Portimonense no período analisado, levantando suspeitas sobre a «promiscuidade» entre os dois clubes.
A auditoria ao FC Porto revela uma gestão alegadamente dispendiosa e pouco transparente por parte da antiga direção, com gastos excessivos em refeições e deslocações que levantam dúvidas sobre a justificação destes negócios. Estas conclusões contrastam com a postura do Benfica, que apesar de ter sido investigado por outros casos, não teve irregularidades detetadas na sua própria auditoria interna.