Gonçalo Borges fez a sua estreia a marcar pelo FC Porto, ao anotar o último golo na vitória dos dragões sobre o Estrela da Amadora. O extremo não conteve a emoção e deixou escapar lágrimas após o apito final.
No entanto, a vitória portista ficou manchada por um incidente no túnel de acesso aos balneários, envolvendo treinadores, delegados e seguranças das duas equipas.
«Golo e lágrimas refletem trabalho árduo»
Não é fácil. Todos os jogadores querem jogar, eu quero muito jogar, tenho entrado e tentado corresponder naquilo que posso. Tenho trabalhado muito nos treinos, no extra-futebol, mas o golo e as lágrimas acabam por ser um reflexo daquilo que eu tenho passado, do que a minha família tem passado. Jogar no FC Porto é um grande prazer e responsabilidade para mim, mas há toda uma envolvência que a minha família tem de compreender, principalmente para aqueles que estão em Lisboa, porque estou longe deles. De toda a minha trajetória para chegar aqui, estas lágrimas refletem todo o trabalho árduo que fiz para estar aqui, para ter esta oportunidade e ajudar a equipa. É um golo muito importante, disse Gonçalo Borges ao Porto Canal.
Explicação do golo
É uma jogada que faço muito vezes. No jogo anterior tive uma jogada semelhante. Hoje vim com isso na mente, procurar o golo e se tivesse uma bola dentro de área dar na baliza. Foi por aí, depois há uma grande jogada de equipa, com a bola a circular de um lado ao outro.
Confusão no túnel
Já no final do jogo, o treinador do Estrela da Amadora, José Faria, denunciou uma tremenda confusão no túnel de acesso aos balneários, após ter sido expulso aos 74 minutos por protestos.
O FC Porto, como grande instituição, teve uma vitória justa no seu estádio e tem gente séria e humilde, que sabe ganhar e perder. Estou surpreendido com a tremenda confusão no túnel. Sei que houve empurrões e várias pessoas envolvidas. As entidades competentes estão aí para avaliar, há câmaras e som. Houve confusão, com o árbitro da partida presente, alguns delegados e pessoas externas ao jogo, afirmou o técnico, pedindo ainda a quem de direito para assumir a responsabilidade.
Faria garantiu não ter solicitado segurança e que foi o senhor agente que achou por bem vir. Eu não queria, mas cumpro regras e diretrizes que me são dadas, acrescentou.
Presidente do FC Porto incomodado com comportamento do Estrela
Segundo apurou o jornal O JOGO, os responsáveis do FC Porto reprovaram o comportamento de elementos do banco de suplentes e do banco de apoio do Estrela ao longo da partida e deram conta disso, numa altura em que Villas-Boas e Jorge Costa estavam presentes, assim como Danilo Veiga, que tinha sido expulso e não deveria estar no local.
O presidente portista mostrou-se incomodado com o comportamento do banco de suplentes e de apoio da equipa amadorense, designadamente para com os apanha-bolas e os adeptos do FC Porto mais próximos daquela zona.
A situação escalou ainda mais quando Dinis Delgado, vice-presidente e delegado ao jogo do Estrela abordou o árbitro Miguel Nogueira, indignado sobre a expulsão de Danilo Veiga. Foi aí que terá sido abordado por André Villas-Boas. A partir deste momento, gerou-se a confusão, envolvendo ainda elementos da segurança privada.