André Villas-Boas deixou o Marselha com mágoa

  1. Villas-Boas foi treinador do Marselha nas temporadas de 2019/20 e 2020/21
  2. Deixou o clube francês devido a tensões internas
  3. A contratação de Olivier Ntcham, sem a sua aprovação, foi a gota de água
  4. Lamentou não ter conseguido uma boa prestação do Marselha na Liga dos Campeões

O antigo treinador português André Villas-Boas considera que a sua passagem pelo Marselha, entre 2019 e 2021, foi uma das melhores e mais dolorosas experiências da sua carreira. Em entrevista ao jornal francês L'Équipe, o atual presidente do FC Porto revelou que a saída do clube gaulês se deveu a tensões internas, nomeadamente com a contratação de um jogador que o próprio não tinha aprovado.

O Marselha, ao mesmo tempo que foi uma das coisas mais bonitas da minha vida, foi também uma das mais dolorosas. Partir como parti, viver a covid-19 ali... O Vélodrome transmitiu-nos a sua força. O Marselha é o Vélodrome, é a atmosfera do estádio. E penso que foi por isso que fomos muito fracos no segundo ano [época sem adeptos, com a covid-19], referiu Villas-Boas.

A contratação que "quebrou tudo"


O treinador português afirma que a contratação do médio Olivier Ntcham, feita sem o seu conhecimento, foi a gota de água que levou à sua saída do clube.

Ntcham foi um verdadeiro golpe de Estado que quebrou tudo. Não foi um ataque de raiva. Foi uma questão de valores. Toda a gente sabe que, quando o Pablo Longoria [presidente do Marselha] chegou, eu decidi ficar. Porque gostava do clube, obviamente. Tinha ligado o meu futuro ao Zubi (Andoni Zubizarreta). O Zubi saiu em maio de 2020 e eu tive uma conversa muito forte com o Franck McCourt [dono do Marselha]. Uma das coisas que tínhamos tornado sagrado entre nós era que a decisão de contratar um jogador tinha de ser validada por todas as partes. Não fui informado da chegada e já tinha dito não a este jogador (Olivier Ntcham). Foi por isso que apresentei a minha demissão, que mais tarde se transformou numa suspensão e depois num acordo entre as duas partes, explicou Villas-Boas.

Imagem deixada na Champions


Apesar da experiência positiva no Marselha, Villas-Boas lamentou não ter conseguido uma boa prestação da equipa na Liga dos Campeões.

Treinar em França é difícil. Mas é interessante, porque de um jogo para o outro tudo é diferente, as equipas oferecem coisas que não são semelhantes. É por isso que fiquei desgostoso por termos deixado uma imagem como aquela com o Marselha na Liga dos Campeões, apontou.

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