O treinador do Arouca, Vasco Seabra, admitiu este sábado que o estatuto de lanterna-vermelha da I Liga afeta os jogadores, mas aponta a reação como "único caminho" para a receção ao Santa Clara, da 14.ª jornada.
Após a derrota da última ronda, diante do Estrela da Amadora (2-1), que ditou a queda do conjunto da Serra da Freita para o fundo da tabela classificativa, com apenas oito pontos, Vasco Seabra espera conseguir recuperar a equipa, crença cimentada pelo processo de evolução que diz ver nos atletas.
Reconhecer o peso da derrota e reagir
«Nós queremos muito ganhar, mas, quando acontecer, vamos ter um dia para festejar e, quando perdermos, temos também um dia para sentirmos o peso da derrota. Ficámos muito, muito frustrados, no final do jogo e no dia seguinte, não vou esconder. Foram dias difíceis para nós, de sofrimento, porque temos mesmo de lamber as feridas, mas, a seguir, temos de nos levantar. Só temos esse caminho, não temos outro», afirmou Vasco Seabra, na conferência de imprensa de antevisão à partida de domingo.
Acreditar no processo e na qualidade do plantel
O treinador, que ainda não conseguiu qualquer triunfo ao comando dos lobos, no que reconhece ser o contexto mais difícil da sua carreira de treinador, considerou que o Arouca poderia estar noutra situação classificativa pelo futebol praticado e qualidade dos jogadores, apontando que tem sido infortunado em alguns jogos.
«Este caminho que a gente quer seguir é muito focados em nós, sabendo que obviamente temos um adversário de muito valor pela frente, em que temos de competir no máximo. Mas, mais do que estar a competir com os outros, temos de olhar para nós e ir procurar os resultados, sabendo que a estrelinha vai passar para o nosso lado», augurou.
Saída inesperada de Ivo Rodrigues
Numa semana de trabalho também marcada pela inesperada rescisão de Ivo Rodrigues, uma das principais figuras da equipa até então, Vasco Seabra não levantou o véu sobre as incidências que poderão ter levado a tal desfecho, mas garante que o plantel não se deixou afetar.
«São assuntos internos, mas o Ivo, sempre que esteve cá, trabalhou bem, foi escolha em muitos dos jogos. Eu desejo-lhe as maiores felicidades e o grupo todo também. Por isso, as coisas que aconteceram foram internamente, até pelas vontades de que ele pudesse abandonar, seja por o que for. Temos de seguir, mas isso não trouxe nenhum peso ao balneário, porque nós sabemos que temos uma estrutura e um grupo muito fortes e unidos», sublinhou.
Elogios ao adversário Santa Clara
Quanto ao Santa Clara, que, num contexto diametralmente oposto, tem sido a revelação do campeonato, na época de regresso ao principal escalão, o técnico foi bastante elogioso para com o atual quarto classificado da I Liga.
«É uma equipa muito boa, com muitas rotinas que vêm já da época transata muito competente nos diferentes momentos de jogo, tanto em termos defensivos como ofensivos. Sofre muito poucos golos, sabe normalmente posicionar-se, pressionar de duas formas muito distintas quando as construções são mais a três ou a dois. É uma equipa que sabe o que está a fazer e, com bola, muito difícil de contrariar no momento de transição. Também na primeira e na segunda bola são muito agressivos. Por isso, nós sabemos que vamos ter um adversário difícil», analisou.