Escolha de treinador é pedra angular da gestão de clubes
A escolha de um treinador é uma das decisões de gestão mais importantes num clube de futebol. Para os adeptos, o mais importante é a equipa vencer, o que traz a tranquilidade e estabilidade que as direções desejam. No entanto, existe cada vez mais escrutínio sobre outras áreas de gestão das sociedades desportivas, pois os adeptos percebem que uma boa gestão fora dos relvados é fundamental para potenciar os resultados desportivos.
A forma como os clubes gerem os seus treinadores é demonstrativa da sua própria gestão. Analisando os 15 clubes que permaneceram na Liga portuguesa de 2023/24 para 2024/25, chega-se a uma conclusão curiosa: o treinador com mais jogos seguidos no mesmo clube na primeira liga é Armando Evangelista, com apenas 20 jogos. Isto mostra que os treinadores são claramente os elos mais fracos, sendo contratados muitas vezes com base em «fezadas» e não em competências.
FC Porto enfrenta momentos difíceis
O FC Porto atravessa uma situação complicada. A herança financeira da anterior direção é difícil de gerir, e estão a ser cortadas regalias a que muitas pessoas tinham acesso, deixando muita gente insatisfeita. Em termos desportivos, os adeptos portistas não devem estar satisfeitos, com três derrotas e um empate nos últimos quatro jogos, incluindo uma derrota expressiva frente ao rival Benfica.
Muitos adeptos pedem a demissão de Vítor Bruno, o que é natural devido aos comportamentos emocionais dos adeptos. No entanto, esta situação pode ser ultrapassada. A chave está em quem dirige o clube. É importante que André Villas-Boas e a sua administração conheçam as competências do seu treinador, percebam que o conjunto de jogadores à sua disposição é inexperiente e tenha de crescer em competição, e saibam como e onde querem chegar. É também fundamental que todos os jogadores demonstrem compromisso e estejam preparados para sacrificar o «eu» pelo «nós».
Sporting procura substituir Rúben Amorim
A saída de Rúben Amorim deixou o Sporting em terreno desconhecido. A missão de o substituir seria sempre complicada e um risco. A administração verde e branca optou por escolher João Pereira, que até ao momento tem pouca experiência como técnico principal. Mesmo quem acompanhava a Liga 3 não tem capacidade para fazer uma avaliação concreta deste treinador. É difícil perceber se João Pereira tem a capacidade de liderar um plantel que tinha como treinador alguém que se impunha com naturalidade e muita personalidade.
Treinador é peça fundamental da gestão desportiva
Um treinador pode fazer toda a diferença num clube/SAD. O mérito e a competência atribuída a uma administração podem rapidamente ser invertidos. Esta é a magia do futebol, onde um clube/SAD em dificuldades pode rapidamente dar a volta (e vice versa) se conseguir resultados desportivos e, como consequência, valorizar ativos que se convertem em euros. Apesar de existir muita aleatoriedade no futebol, a probabilidade de vencer e de ter sucesso aumenta quando as decisões são devidamente fundamentadas e enquadradas na realidade de cada clube e no respetivo contexto desportivo.