Promessas da formação do FC Porto
Diogo Queirós e Felipe eram vistos como os futuros craques do eixo defensivo do FC Porto. Ambos fizeram parte da equipa que venceu a Youth League em 2019, com Queirós a formar dupla com Diogo Leite, outro jovem talento que acabou saindo do clube.
Apesar das expectativas, nenhum dos dois conseguiu se estabelecer na equipa principal do FC Porto, refletindo as dificuldades que os jogadores da formação enfrentam para se afirmar no clube.
Diogo Queirós: "Tenho pena de não me ter estreado"
Em entrevista, Diogo Queirós lamentou não ter conseguido se estrear pela equipa principal do FC Porto. «Tenho pena de não me ter estreado pela equipa principal do FC Porto, mas é assim. Via que não teria grande espaço para jogar e na altura acreditava que tinha alguma capacidade para pelo menos ser opção ou ajudar a equipa. Visto que as ideias do treinador não iam ao encontro das minhas, o melhor seria procurar a minha oportunidade em outro lugar», afirmou.
Apesar de não ter chegado à equipa principal, Queirós guarda boas recordações do seu período no FC Porto. «É óbvio que o FC Porto será o meu clube do coração, é o clube que sempre gostei desde pequeno. Nada irá alterar isso. Por isso, sim, foi difícil sair, mas é a vida. Para alguns corre bem, para outros há que seguir caminhos diferentes», disse.
A exigência de Sérgio Conceição
O central elogiou também a exigência do treinador Sérgio Conceição. «Guardo do treinador a memória de uma exigência que nunca tinha tido antes. Mesmo na pré-época da equipa principal tu és o representante máximo do clube, enquanto jogador. A exigência é máxima, ainda para mais num clube como o FC Porto, que tem isso mesmo presente na sua génese. É um treinador muito exigente, que dá tudo pelo clube e quer que os jogadores sejam também eles assim, que se entreguem a 100 por centro e demonstrem dentro de campo os valores que é preciso ter para ser um jogador de futebol», afirmou.
Felipe: "Houve bastantes propostas"
Já Felipe, que também fez parte da equipa que venceu a Youth League, decidiu encerrar a carreira aos 35 anos, após uma temporada discreta no Nottingham Forest, onde fez apenas 9 jogos. O central brasileiro revelou que recusou várias propostas, inclusive do FC Porto, para se aposentar.
«Tive muitos clubes atrás de mim... No Brasil, Espanha, em Portugal, na Arábia Saudita. Houve bastantes propostas. No Brasil, houve quatro ou cinco equipas que me procuraram, o FC Porto também fez uma proposta muito boa, estava de portas abertas para eu voltar», disse Felipe.
Aproveitar mais tempo com a família
Apesar das propostas, o ex-jogador do FC Porto optou por se aposentar para poder aproveitar mais tempo com a família. «A hora chega sempre e tenho um plano para o fim da carreira. Quero aproveitar, ter tempo de qualidade, viajar e criar memórias com a família. Profissionalmente, sei que ainda tinha capacidade para jogar mais algum tempo ao mais alto nível, mas esta decisão foi tomada a pensar na família», explicou.
Amigos no FC Porto
Durante as três temporadas que passou no FC Porto, entre 2016 e 2019, Felipe fez 142 jogos, marcando 11 golos, e conquistou um campeonato e uma Supertaça. O central brasileiro guarda boas recordações do seu período no clube.
«No Porto foi onde eu mais fiz amigos, que eu tenho um carinho gigantesco. Converso sempre com eles: Alex Telles, o Vaná, o Otávio, Hernâni, Maxi Pereira. Tenho muitos amigos lá no Porto», revelou.
Uma fase de mudança no FC Porto
A saída destes dois jovens talentos reflete as dificuldades que os jogadores da formação do FC Porto enfrentam para se estabelecer na equipa principal. Apesar de serem considerados futuros craques, a concorrência e a exigência do clube acabam por dificultar a sua afirmação.
A transição de presidência no FC Porto, com a saída de Pinto da Costa e a chegada de André Villas-Boas, também pode ser um momento de mudança para o clube. Diogo Queirós espera que o novo presidente consiga levar o clube a novos patamares de sucesso.
«Agora o FC Porto pode estar a passar numa fase mais baixa e não estar com tanta força como nos habituou todos estes anos. Foi notório o recorde de votos nas eleições do clube e quero acreditar que todos os portistas pensam que será um passo em frente e que o presidente André Villas-Boas irá trazer coisas boas e positivas e fazer o clube andar para a frente e progredir. Esse é o objetivo», afirmou Queirós.