As eleições recentes no Futebol Clube do Porto ficaram marcadas pela prevalência do quadro de urbanidade e respeito pela democracia entre os sócios. Após os lamentáveis acontecimentos verificados na Assembleia Geral Extraordinária de 15 de novembro, a fasquia estava muito alta, mas os azuis e brancos souberam responder de forma exemplar.
A vitória dos sócios representou também um triunfo da organização interna do clube, que conseguiu criar as condições necessárias para uma campanha eleitoral marcada pelo debate saudável das propostas e pela exposição das verdadeiras intenções dos candidatos. Este foi um fenómeno raramente visto no FC Porto, e que permitiu aos associados fazer uma triagem válida das ideias apresentadas, percebendo, em alguns casos, que a mentira tinha "perna curta".
Liberdade de Expressão e Fim do Medo
Após a "Operação Pretoriano" e a consequente agitação nos dias seguintes, os sócios do FC Porto perderam o medo de fazer ouvir a sua voz. Num ambiente de liberdade e respeito pela democracia, a campanha eleitoral pôde colocar os candidatos a debater a vida do clube como nunca antes acontecera.
Como referiu um dos articulistas, «se somos livres, não devemos, em 2024, ter medo de nos fazermos ouvir. Muito menos num clube, seja qual for a sua grandeza.» O futebol não é política, as modalidades não são política. O desporto é e sempre será diversão, entretenimento, paixão, rivalidade. Não deve ser um palco para «soltarmos as frustrações e dinamitá-lo com discursos inflamados ou bolorentos».
Lições para o Futuro
As eleições no FC Porto serviram de exemplo para a forma como a democracia deve ser exercida no seio de um clube de futebol. Sem a interferência de «grupos organizados de adeptos», os sócios puderam fazer ouvir a sua voz e escolher livremente os seus representantes.
Espera-se que este exemplo sirva de inspiração para outras instituições desportivas, onde muitas vezes a polarização e a falta de diálogo têm prevalecido. O futebol deve ser um espaço de paixão e entretenimento, nunca um palco para conflitos que extravasam o âmbito desportivo.