O candidato à presidência do FC Porto, André Villas-Boas, revelou recentemente pressões exercidas sobre os jovens jogadores da formação do clube, destacando a importância do projeto desportivo e a necessidade de uma gestão desportiva eficaz. Em declarações durante um evento em Vizela, Villas-Boas enfatizou a relevância dos jogadores como ativos fundamentais para a sustentabilidade financeira do clube, afirmando: «Os nossos ativos são os nossos jogadores e são eles que nos vão garantir a sustentabilidade financeira.» O candidato demonstrou preocupação com a necessidade de uma equipa competitiva e afirmou estar a trabalhar no mercado de forma discreta para garantir o sucesso futuro do FC Porto.
Utilização de Talentos da Formação
Villas-Boas ressaltou a importância de utilizar os talentos provenientes dos escalões de formação do clube, mencionando a necessidade de coragem para promover jovens jogadores precocemente à equipa principal. O antigo treinador dos dragões destacou exemplos de clubes que adotam essa filosofia, como Barcelona, Ajax e Sporting, e defendeu a importância de manter a competitividade da equipa sem perder de vista a valorização dos talentos emergentes.
Gestão Transparente
«Temos que ter uma equipa competitiva a lutar pelo título. Sei que vão exigir isso de mim, principalmente no primeiro ano em que tudo vai ser novidade. Tenho de ser capaz disso, com os recursos que tiver à minha disposição. Daí a importância da direção desportiva, do scouting. Não temos que ter medo de chamar o talento precocemente à equipa principal,» afirmou Villas-Boas. No entanto, as revelações mais impactantes do candidato envolveram a pressão exercida sobre os jovens jogadores para assinarem com determinados agentes.
Pressões sobre Jogadores e Relações com Agentes
Villas-Boas denunciou a prática de obrigar jogadores a assinar com agentes específicos, seja para renovar contratos ou para garantir oportunidades de jogo. O candidato criticou veementemente essa abordagem, destacando a importância da liberdade de escolha dos jogadores e a transparência nas relações com os agentes. «Há jogadores que estão a ser obrigados a assinar por determinados agentes, seja para renovar, seja para continuar a jogar. Isso é uma forma de pressão sobre os jovens jogadores. Cada um é livre de escolher o seu empresário. O FC Porto também é livre de pagar as comissões que quer,» afirmou Villas-Boas.
Transparência e Sustentabilidade Financeira
O candidato propôs uma abordagem mais transparente e aberta no que diz respeito às relações com os agentes, garantindo que, se eleito, todas as transações e investimentos do clube serão divulgados no portal da transparência. Villas-Boas enfatizou a importância de evitar custos excessivos e de manter a independência do clube em suas negociações, visando a sustentabilidade financeira e a autonomia do FC Porto. «No meu FC Porto será tudo exposto no portal da transparência, que não passa de um comunicado mais rigoroso à CMVM a explicar os custos e os investimentos. Quem não tem nada a esconder não tem problema. O que me parece mais evidente é um FC Porto cada vez mais refém de outros interesses e cada vez entra menos dinheiro,» concluiu Villas-Boas.
