José Pedro Pereira da Costa, candidato a CFO do FC Porto pela lista de André Villas-Boas, fez declarações críticas em relação às decisões financeiras do clube em conferência de imprensa na sede de campanha de AVB. O foco das críticas foi o negócio Porto Comercial 2, que Pereira da Costa considera carecer de transparência e informação adequada para os sócios. Ele expressou preocupações sobre o impacto a longo prazo deste negócio, que envolve um conjunto significativo de receitas, incluindo bilhetes, camarotes, publicidade e hospitalidade corporativa.
Outro ponto abordado por Pereira da Costa foi a antecipação das receitas dos direitos televisivos, que ele considerou como hipotecar receitas futuras a menos de dois meses das eleições. Ele questionou a falta de explicação detalhada sobre esta operação, destacando a importância da transparência e prestação de contas.
Em outra análise, Pereira da Costa abordou a reavaliação do Estádio do Dragão, que melhorou significativamente os capitais próprios da SAD do FC Porto. No entanto, ele ressaltou que esta operação não terá impacto nas regras da UEFA em relação ao fair-play financeiro. Apesar da melhoria aparente nos capitais próprios, Pereira da Costa enfatizou que a dívida financeira permanecerá inalterada e que a operação é essencialmente contabilística, sem entrada de dinheiro real.
O candidato expressou preocupações sobre o impacto no passivo e na dívida do clube, observando que a reavaliação não elimina os resultados líquidos negativos acumulados nos últimos 10 anos. Ele questionou a administração sobre as medidas planeadas para atingir a meta de redução dos capitais próprios negativos, enfatizando que a operação de reavaliação não contribui para esse objetivo.
Pereira da Costa também levantou questões sobre a viabilidade financeira do clube, apontando para a necessidade de resultados operacionais equilibrados e positivos, valorização de ativos, redução progressiva da dívida financeira e cumprimento rigoroso das regras do fair-play financeiro da UEFA. Ele destacou a importância de reestruturar a dívida do FC Porto SAD, que atualmente depende fortemente de receitas de factoring e antecipação de receitas, com custos significativos não detalhados nos relatórios.
Em suma, as declarações de José Pedro Pereira da Costa refletem uma análise crítica das operações financeiras do FC Porto, levantando preocupações sobre a transparência, o impacto a longo prazo e a viabilidade financeira do clube. Suas observações destacam a importância da prestação de contas e da gestão financeira responsável para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo do FC Porto.