A corrida eleitoral para a presidência do Desportivo de Chaves, marcada para 6 de junho, está a gerar controvérsia devido ao apoio manifestado por Pedro Proença e Reinaldo Teixeira, presidentes da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e da Liga Portugal, a uma das listas candidatas. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Proença expressou: “Desejo a Francisco Carvalho as maiores felicidades neste seu novo projeto. Um homem leal, um homem comprometido, que nestas mais de três décadas que levo de futebol, e que o conheço, desde então, tem transposto para este clube esta enorme paixão que nutre por esta cidade.” Teixeira, por sua vez, também comentou: “Para nós é uma honra, para mim, em particular, é uma honra porque conheço o presidente Francisco Carvalho há cerca de 30 anos (...). Faz parte do emblema do [Desportivo de Chaves] e é uma referência no futebol nacional. Por isso, fico muito satisfeito por ele [ser candidato] e de certeza que vai ganhar.”
Estas declarações, dados os seus altos cargos, não foram bem recebidas pela candidatura adversária, liderada por Octávio Borges, que repudiou publicamente o que considera serem “intromissões” das duas figuras influentes. A Lista B afirmou em seu comunicado que “a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portugal têm de se pautar pela imparcialidade e os seus presidentes devem prestar esse serviço ao futebol português. Amizades e considerações pessoais, pelos lugares que ocupam, não podem ter lugar num momento como este no nosso ou em qualquer outro clube.” Além disso, a lista expressou que “este episódio mancha a credibilidade da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portugal.”
Reacções das Candidaturas
Em interação com o Maisfutebol, a Lista A, liderada por Francisco Carvalho, optou por não comentar sobre o assunto, considerando que “não há qualquer comentário a fazer” sobre um caso que promete aquecer as eleições. A candidatura “Juntos pelo Desportivo”, por outro lado, tomou uma posição mais firme. Em suas palavras, "este episódio mancha pela negativa a credibilidade da candidatura ‘Chaves é Paixão’, a credibilidade deste processo democrático, a credibilidade da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga Portugal e reforça a nossa convicção de que o clube está manietado por um conjunto de interesses que são alheios aos do Desportivo de Chaves.”
Implicações para o Desportivo de Chaves
Com a iminência do ato eleitoral, a questão da imparcialidade nas instituições desportivas levanta debates sobre a integridade dos processos democráticos no desporto. Este episódio não apenas acirra a disputa eleitoral, mas também coloca em cheque a confiança dos adeptos nas entidades que regulam o futebol em Portugal.
Os olhares agora se voltam para o que ocorrerá nos próximos dias, quando o Desportivo de Chaves escolherá os seus novos corpos gerentes para o biénio 2025/2027. As expectativas são altas, e a pressão sobre as candidaturas aumenta à medida que se aproxima a data das eleições.
Perspectivas Futuras
O futuro do Desportivo de Chaves pode depender não apenas da escolha do novo presidente, mas também das percepções sobre a ética e a transparência nas eleições. O apoio de figuras influentes como Proença e Teixeira poderá influenciar a maneira como os sócios votam, e as alegações de favoritismo poderão ter repercussões duradouras.
Enquanto isso, a comunidade futebolística observa atentamente a evolução deste caso, que promete ser um dos episódios mais marcantes da história recente do clube. A luta pelo cargo de presidência torna-se não apenas uma questão de liderança, mas também de princípios que poderão moldar o futuro do Desportivo de Chaves.
