FC Porto estreia-se na Liga Europa com desafio exigente na Noruega

  1. Bodo/Glimt é uma das sensações do futebol norueguês, liderando o campeonato e conquistando 3 dos últimos 4 títulos nacionais
  2. O Bodo/Glimt está a fazer o que o Rosenborg fez nos anos 90, sendo uma espécie de SC Braga que já chegou onde o SC Braga deseja chegar
  3. Nos últimos 30 jogos em competições europeias, o Bodo/Glimt ganhou 24
  4. O FC Porto ganhou uma Taça Intercontinental num campo coberto de neve há 36 anos

Adversário de peso


O FC Porto dá início à sua participação na Liga Europa esta quarta-feira, com uma deslocação à Noruega para enfrentar o Bodo/Glimt. Numa antevisão realizada já em território norueguês, Vítor Bruno e Stephen Eustáquio abordaram os principais desafios que esperam os dragões neste encontro.

Temos a noção de que será um jogo muito difícil. É uma equipa forte e organizada, com jogadores muito bons. É uma máquina bem oleada, porque eles estão na fase final do campeonato - já para não falar das condições, porque vamos jogar num campo sintético, mas estamos confiantes que vamos ganhar, começou por dizer Eustáquio, reconhecendo a exigência do adversário.

A força do Bodo/Glimt


De facto, o Bodo/Glimt tem sido uma das sensações do futebol norueguês nos últimos anos. O clube ocupa atualmente a liderança do campeonato local, tendo conquistado três dos últimos quatro títulos nacionais. Segundo Nuno Marques, ex-guarda-redes do Benfica que reside na Noruega, o Bodo/Glimt «está a fazer, hoje em dia, o que o Rosenborg fez nos anos 90. Digamos que é uma espécie de SC Braga, mas que já chegou onde o SC Braga deseja chegar».

O que eles têm feito em casa é um sério aviso. Ganhou os últimos oito jogos, nos últimos 30 jogos em competições europeias ganhou 24 e isso é um rácio que nos deve deixar em alerta. Queremos começar a ganhar e sabemos que este formato de competição nos obriga a ganhar, qualquer tropeço na fase inicial pode hipotecar o que queremos alcançar mais à frente, alertou Vítor Bruno.

Adaptação ao sintético


O treinador interino dos dragões reconheceu que o relvado sintético do Bodo/Glimt pode representar uma vantagem para a equipa norueguesa, mas considerou que essa adversidade deve ser encarada como um estímulo para a equipa.

Devemos olhar para essas adversidades como uma forma de irmos buscar o nosso caráter mais corajoso e competitivo. Essa possível vantagem do adversário esfuma-se se olharmos para isso como um estímulo. Há 36 anos, o FC Porto ganhou uma Taça Intercontinental num campo coberto de neve e devemos olhar para isso como uma inspiração, afirmou.

O que temos de ter mais atenção é jogar no máximo, é a melhor maneira de prevenir qualquer situação. Temos de nos adaptar, mas gostaríamos, obviamente, de jogar no melhor relvado possível. A beleza da competição também é mesmo essa, adaptarmo-nos a estes clubes e a estes países, referiu o médio canadiano Stephen Eustáquio.

Ambição de vencer a Liga Europa


Apesar das dificuldades, Vítor Bruno e Stephen Eustáquio demonstraram confiança na capacidade do FC Porto para vencer este desafio e alcançar os objetivos na Liga Europa.

Sim, o FC Porto já ganhou esta competição, temos essa noção e sabemos que temos de mostrá-lo. Numa competição destas temos de roçar a perfeição. Não vai ser fácil e para passarmos nos primeiros oito temos de começar com um grande jogo já esta quarta-feira, afirmou Eustáquio.

O peso institucional do FC Porto obriga-nos a olhar para o clube com a vontade de acrescentarmos troféus ao museu. Ganhar duas vezes a prova neste milénio funciona quase como uma inspiração para nós. Eventualmente podemos pedir algum conselho ao nosso presidente, que foi a última pessoa a ganhá-la. É um caminho muito difícil e um erro se começarmos a projetar e a esquecer o quem vem amanhã., reforçou Vítor Bruno.

Possíveis mudanças no onze


Vítor Bruno revelou ainda que não deverá promover uma «revolução no onze» para este jogo, mas admitiu a possibilidade de efetuar algumas alterações na equipa titular.

Não me parece que seja o caso de fazer rotação no plantel nesta fase. Eventualmente amanhã poderão acontecer alterações, mas não será feita uma revolução no onze, afirmou.

Cuidados com o adversário


Quanto às características do adversário, Vítor Bruno destacou a capacidade do Bodo/Glimt em «vestir diferentes peles ao longo do jogo», apelando à necessidade de o FC Porto não dar espaço à equipa norueguesa.

Se dermos espaço, sujeitamo-nos a que nos façam mal. Será um erro muito grande se deixarmos o jogo correr, se deixarmos o Bodo fazer o jogo que quer fazer e se dermos espaço. Isso poderá acarretar um acréscimo de dificuldade. Se não fugirmos ao que somos, estaremos sempre mais perto de ganhar, frisou.

Nuno Marques, ex-guarda-redes do Benfica e do Estrela da Amadora que atualmente reside na Noruega, confirmou que o Bodo/Glimt é uma equipa muito forte em casa, jogando num 4-3-3 «muito agressivo». Em casa, o Bodo/Glimt joga num 4-3-3 muito agressivo, espero que o FC Porto tenha feito os trabalhos de casa e analisado bem os jogos, porque em casa eles são quase invencíveis, alertou.

O antigo jogador português revelou ainda alguns detalhes sobre o plantel do Bodo/Glimt, destacando jogadores como Jens Petter Hauge, Patrick Berg e Kasper Hogh. Marques considerou que o Bodo/Glimt é uma das melhores formações da Escandinávia, aconselhando o FC Porto a não subestimar o adversário.

Vou ver o jogo, logicamente. É pena ser longe e a meio da semana, caso contrário ia mesmo ao estádio. Reforço: espero que o FC Porto tenha feito o trabalho de casa. Se o fez, acredito que ganhe, talvez por 1-2. Caso não tenha feito e ache que vai ser um jogo fácil, aí perde. O Bodo/Glimt vai com tudo, concluiu Nuno Marques.

Apesar das dificuldades previstas, Vítor Bruno e Stephen Eustáquio demonstraram confiança na capacidade do FC Porto para vencer este desafio e iniciar a sua caminhada na Liga Europa com o pé direito. A adaptação ao relvado sintético e a necessidade de respeitar as qualidades do adversário serão os principais desafios para os dragões neste encontro.

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