Regresso triunfante
O sucesso nesta nova incursão na Pedreira foi instantâneo. A equipa entrou mal na época, mas com a mudança de treinador tudo parece ter entrado nos eixos, com quatro vitórias e dois empates em seis jogos a permitirem o acesso à fase regular da Liga Europa e a aproximação aos lugares de cima da classificação. Nas palavras do presidente António Salvador, «há ainda um longo caminho pela frente, mas a relação de Carvalhal com o seu clube do coração, por norma, resulta em sucesso».
De facto, os resultados obtidos, como «a conquista da Taça de Portugal em 2020/21», e o «lançamento de jovens talentos que geraram proveitos financeiros brutais», têm devolvido a esperança aos adeptos nesta terceira passagem do treinador pelo clube do coração.
Um verdadeiro carrossel de emoções
O trajeto de Carlos Carvalhal é um «verdadeiro carrossel de emoções». Nas 25 temporadas que cumpre como técnico, já experimentou diversas sensações, desde a estreia auspiciosa em Espinho, depois de terminar o percurso como jogador, a diversas vivências no estrangeiro. No entanto, foi em Portugal que começou a dar nas vistas, quando de forma surpreendente conduziu o Leixões, então na II Divisão B, à final da Taça de Portugal e às competições europeias.
Após deixar Matosinhos, e após as primeiras sensações entre os grandes do futebol nacional, alcançou outro feito notável, ao vencer a Taça da Liga com o Vitória de Setúbal, numa final contra o Sporting decidida no desempate por penáltis. O troféu valeu-lhe a primeira aposta no estrangeiro, mas as condições no Asteras Tripolis não lhe permitiram ser feliz na Grécia, voltando a Portugal para orientar o Marítimo, de onde saltou para o Sporting numa altura de forte turbulência em Alvalade.
Novos métodos, novos horizontes
A experiência no Swansea convidou Carvalhal a uma reflexão mais profunda sobre os seus métodos de trabalho, novamente durante um ano, onde teve constantes reuniões com a equipa técnica para alargar horizontes. Nas palavras do próprio treinador, «apostou numa verdadeira rutura com o passado e encontrou no Rio Ave o local certo para introduzir novas ideias, assentes no trabalho em cima de dinâmicas e estratégias em vez dos sistemas, com treino diário de encontro às potencialidades do atleta e fazendo-os compreender o jogo, com base na identificação dos adversários e na melhor forma de explorar os seus pontos fracos». O Rio Ave «ombreou com as melhores equipas da Europa na forma como conseguia a progressão em campo e são ainda essas ideias que o fizeram atingir objetivos no regresso a Braga e na exigente La Liga, onde teve uma série muito positiva e evitou a descida do Celta de Vigo».
25 anos de carreira
Aos 58 anos, e na 25.ª época nos bancos, Carlos Carvalhal tem «muitas razões para acreditar que o futuro lhe pode reservar a concretização de outros sonhos». Após uma breve passagem pelo Olympiacos, o técnico encontrou em Braga «o conforto do lar» e a oportunidade de «devolver a esperança aos adeptos» nesta sua terceira passagem pelo clube do coração.