Após um início de época atribulado, o FC Porto atravessa atualmente uma fase mais estável, tendo apostado no chamado «ouro da casa» - os jovens talentos saídos da sua academia no Olival. Apesar de algumas flutuações, é inegável que está em curso um processo de valorização destes jogadores, como atesta o portal especializado «Transfermarkt».
A atualização de dezembro das cotações de mercado da I Liga ditou uma subida global de nove milhões de euros (M€) do lote de produtos da formação utilizados por Vítor Bruno: Diogo Costa, João Mário, Martim Fernandes, Vasco Sousa, Gonçalo Borges e Rodrigo Mora. Fábio Vieira, por estar emprestado pelo Arsenal, não entra nas contas.
O destaque vai para Rodrigo Mora
O destaque inevitável vai, precisamente, para o «benjamim do grupo», Rodrigo Mora. Embalado por exibições superlativas contra Moreirense e Boavista - com um golo e uma assistência em cada um dos jogos -, o criativo de 17 anos é o nome do momento no universo azul e branco e também o que mais valorizou. Entre julho e dezembro, a avaliação de Mora passou de 3 M€ para 10 M€. A tendência, claro está, é subir ainda mais e, muito provavelmente, de forma exponencial, até porque este crescimento de 7 M€ não englobou a recente «promoção» a titular, que veio acompanhada dos tais desempenhos de luxo.
Seguem-se Martim Fernandes (aumento de 4 M€), Vasco Sousa (3 M€), que até começou bem a época mas foi perdendo protagonismo, e Gonçalo Borges (1 M€). Juntamente com Mora, perfazem uma soma de 15 M€. A «contrabalançar», os mais experientes Diogo Costa e João Mário registaram descidas nos respetivos valores de mercado, de 5 M€ e 1 M€.
Mora maximiza os minutos
Parâmetros como a idade e margem de progressão são tidos em conta na hora de calcular a taxa de valorização de um jogador, mas nenhum é mais importante do que a regularidade na utilização e o que se faz durante o tempo passado em campo. Nesse sentido, Diogo Costa é, por larga margem, o líder nos minutos, com 2100' distribuídos por 23 partidas, 13 das quais com a baliza a zeros.
Numa disputa acérrima pela vaga de lateral-direito, Martim Fernandes ganhou ascendente sobre João Mário nas últimas semanas, aproveitando a lesão do 23 para fixar-se no onze. Contudo, ambos têm o mesmo número de assistências - cinco cada um.
Ainda assim, quem mais tem aproveitado para marcar a diferença em pouco tempo tem sido Rodrigo Mora. Com três golos e três assistências, o jovem prodígio conta uma ação decisiva a cada 49 minutos em campo. Um registo impressionante, que impulsionou o FC Porto para exibições convincentes nos últimos dois encontros da temporada.
Cinco jovens da equipa B à espreita
Para lá dos sete jogadores formados no Olival que são efetivos do plantel principal, há cinco da equipa B que cumpriram boa parte da pré-temporada às ordens de Vítor Bruno. São eles os guardiões Gonçalo Ribeiro e Diogo Fernandes, os defesas Gabriel Brás e Martim Cunha e o extremo Gonçalo Sousa. Regulares na equipa B e esporadicamente chamados aos trabalhos dos «graúdos», também foram alvo de valorização, ainda que residual: entre todos, viram a cotação ascender 900 mil euros. Uma oportunidade futura pode ajudar ao aumento dos valores.
Números não mentem
Os números não mentem: o ouro forjado no Olival está em curva ascendente na bolsa, indo de encontro às expectativas e objetivos que André Villas-Boas, Vítor Bruno e restante estrutura traçaram no arranque da temporada. Os produtos da casa são para valorizar e, principalmente à boleia de Rodrigo Mora e Martim Fernandes, é de esperar que a tendência se acentue em 2025.
Algum individualismo de Borges
Gonçalo Borges tem sido alvo de algumas críticas por parte dos adeptos, devido a algum individualismo excessivo, mas, em 409', já somou quatro participações diretas em golo: anotou um, contra o E. Amadora, e assistiu para outros três. Já o contributo de Vasco Sousa tem sido mais modesto. O centrocampista arrancou a época em bom plano, assistindo para o golo da vitória épica na Supertaça, mas foi perdendo algum protagonismo.