Violência entre adeptos leva à suspensão de jogo de pré-época
A Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) anunciou que vai remeter ao Ministério Público (MP) toda a informação compilada sobre os confrontos entre adeptos do Lusitânia de Lourosa e do Boavista durante o jogo de preparação entre as duas equipas, no sábado.
«Face à dimensão pública e repercussão das imagens difundidas de invasão de campo e agressões entre adeptos de ambas as equipas, estando em causa eventuais ilícitos criminais de natureza pública, a APCVD procederá ao envio para o MP de toda a informação compilada que se afigure útil para a prossecução da justiça, atendendo à competência das autoridades judiciárias para a investigação de matéria criminal», informou a entidade em comunicado.
Confrontos levam à suspensão do jogo
O jogo particular entre o Lusitânia de Lourosa, da Liga 3, e o Boavista, da I Liga, foi suspenso na primeira parte, após uma invasão de adeptos no estádio do clube da Liga 3. O encontro estava empatado 1-1 quando a confusão se instalou no terreno de jogo.
Segundo uma fonte do Boavista, o jogo foi interrompido depois da meia hora, numa fase em que o primeiro encontro com público das duas equipas na pré-época estava empatado e a tensão entre atletas contagiava as bancadas do recinto.
O uruguaio Rodrigo Abascal adiantou cedo o Boavista no marcador, mas Miguel Pereira igualou para o Lusitânia de Lourosa, antes de algumas escaramuças no relvado, que, já após o reatar do duelo, subiram de tom num pontapé de canto a favor dos 'axadrezados'.
Atirados objetos e invasão de campo
«Perante a proximidade entre as bancadas e o terreno de jogo, adeptos lusitanistas terão atirado um copo na direção do extremo Salvador Agra, do Boavista, cenário que causou desagrado no setor visitante e motivou a invasão de campo de apoiantes de cada clube», refere o comunicado.
Os jogadores de Lusitânia de Lourosa e Boavista procuraram acalmar os adeptos, mas a equipa de arbitragem liderada por Sandra Bastos recolheu aos balneários e suspendeu o embate.
APCVD remete informação para o Ministério Público
A APCVD acrescentou que, durante o primeiro semestre de 2024, remeteu 165 participações ao Ministério Público e proferiu 383 decisões condenatórias em processos de contraordenação. Segundo dados do Ponto Nacional de Informações sobre o Desporto (PNID), na presente data estão proibidas de aceder a recintos desportivos aproximadamente 450 pessoas, maioritariamente por decisão da APCVD, a que se somam também decisões dos Tribunais Judiciais.
O comunicado da APCVD sublinha a «dimensão pública e repercussão das imagens difundidas de invasão de campo e agressões entre adeptos de ambas as equipas, estando em causa eventuais ilícitos criminais de natureza pública». Assim, a autoridade responsável pela prevenção e combate à violência no desporto decidiu remeter toda a informação compilada sobre o incidente para o Ministério Público, «atendendo à competência das autoridades judiciárias para a investigação de matéria criminal».
Combate à violência no desporto
Esta não é a primeira vez que a APCVD remete informação para o MP. De acordo com os dados divulgados, no primeiro semestre de 2024, a autoridade remeteu 165 participações ao Ministério Público e proferiu 383 decisões condenatórias em processos de contraordenação. Além disso, existem atualmente cerca de 450 pessoas proibidas de aceder a recintos desportivos, a maior parte por decisão da APCVD, a que se somam também decisões dos Tribunais Judiciais.
Estes números revelam a preocupação das autoridades com a violência no desporto e a determinação em combater este fenómeno, através da investigação e punição dos responsáveis. O caso do jogo entre o Lusitânia de Lourosa e o Boavista é mais um exemplo dessa realidade e demonstra a necessidade de uma atuação firme e eficaz para garantir a segurança nos eventos desportivos.