Operação da PSP em instalações do FC Porto
A Polícia de Segurança Pública (PSP) do Porto realizou este domingo buscas nas instalações do FC Porto, nomeadamente na Porto Comercial, sociedade pertencente ao universo empresarial do clube, e na loja do associado no Estádio do Dragão. De acordo com fonte oficial da PSP, as diligências permitiram apreender "vários milhares de ingressos para espetáculo desportivo" e "quantias monetárias", tendo sido constituídos arguidos "mais de uma dezena de indivíduos".
As buscas, que contaram com o apoio de "diversas valências policiais", iniciaram-se de manhã cedo para "dar cumprimento a vários mandados judiciais", revelou a mesma fonte à agência Lusa. Em comunicado, o FC Porto confirmou que as suas instalações estavam a ser alvo de buscas, garantindo que iria "prestar todo e qualquer apoio às autoridades no desenrolar das suas diligências".
Suspeitas de esquema ilegal de venda de bilhetes
Segundo apurou o jornal A BOLA, em causa estará um esquema ilegal de venda de bilhetes, não só para o jogo deste domingo entre FC Porto e Boavista, mas sobretudo para a final da Taça de Portugal, contra o Sporting, no Estádio do Jamor. As suspeitas das autoridades apontam para que estes "esquemas" tenham continuado mesmo após a Operação Pretoriano, que em janeiro deste ano levou à detenção de 12 pessoas, incluindo o líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, que se encontra em prisão preventiva.
Visados incluem funcionários do clube e membros da claque Super Dragões
Entre os visados destas novas buscas estão alguns funcionários do clube, como Cátia Guedes, que trabalha na Loja do Associado, e Fernando Saul, antigo Oficial de Ligação aos adeptos e speaker do estádio. Também membros da claque Super Dragões, como Sandra Madureira, esposa de Fernando Madureira, e Catarina Madureira, filha do casal, estão a ser alvo de diligências.
Ligação à Operação Pretoriano
Fonte da PSP revelou à Lusa que estas buscas estão relacionadas com a Operação Pretoriano, que investiga os incidentes ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto a 13 de novembro de 2023. Nessa altura, o Ministério Público sustentou que a claque Super Dragões pretendeu "criar um clima de intimidação e medo" para que fosse aprovada a revisão estatutária "do interesse" da então direção liderada por Pinto da Costa.
Outros elementos visados pelas buscas
Além das instalações do clube, as buscas domiciliárias estão a ser realizadas "com o apoio de diversas valências policiais" nas residências de alguns dos visados, incluindo a casa de Sandra Madureira, onde terão sido apreendidos bilhetes e cerca de 20 mil euros em dinheiro, segundo avançou a CMTV.
De acordo com a mesma fonte televisiva, as buscas envolvem também cinco funcionários da Porto Comercial e vários elementos dos Super Dragões, como a família Aleixo (pai e filho que também foram investigados no âmbito da Operação Pretoriano), Manuel Barros (que está a ser julgado no Tribunal Bulhão, com Fernando Madureira, no processo das agressões a adeptos do Benfica) e João Gato.