O presidente da SAD do Boavista, Vítor Murta, anunciou sua intenção de demitir-se do cargo após considerar que sua presença era um 'fator de desestabilização' para a equipe. A decisão foi tomada logo após a goleada sofrida pelo Boavista frente ao SC Braga, no jogo que encerrou a 23.ª jornada da Liga.
Murta explica sua decisão
Em declarações à imprensa, Vítor Murta afirmou: «Às vezes os adeptos têm memória curta. Esquecem-se que, quando cheguei, não se pagavam subsídios de férias nem de Natal, que não tínhamos um campo para treinar, vivíamos dificuldades enormes. Agora não estamos bem, mas estamos melhores. Temos um futuro».
Sobre o impacto de sua presença, Murta lamentou a falta de apoio à equipe e explicou: «O foco são os jogadores e entendo que sou um fator de desestabilização, no sentido em que as pessoas passam mais tempo a dirigir-se a mim, em termos pouco próprios, do que a apoiar a equipa. Como o meu primeiro pensamento é sempre o Boavista, e como ninguém gosta de vir ao estádio e ser mal tratado, eu tomei esta decisão».
Futuro da direção do clube
Quanto ao futuro da direção do clube, Murta adiou a resposta, mas garantiu: «Ainda não tomei uma decisão quanto à liderança do clube. Quanto à SAD, eu saio com os salários dos jogadores em dia. Os salários dos jogadores relativos a janeiro estão pagos e vou garantir que os dos funcionários também ficam pagos antes da minha saída».
O presidente também anunciou o pagamento de uma dívida ao técnico Jaime Pacheco, no valor de 1,5 milhões de euros, e afirmou: «Quem me suceder que consiga resolver os problemas melhor do que eu resolvi».