O recente debate sobre o futuro do clube revelou diferenças significativas entre os candidatos. O consenso, no entanto, gira em torno da figura de José Mourinho. Luís Filipe Vieira, apresentando-se como candidato à presidência, revelou a sua intenção de “renovar com José Mourinho por quatro anos”, destacando que esta é a base da sua proposta para reestruturar o plantel. Vieira enfatizou a importância da continuidade: “No passado, fizemos uma grande hegemonia de quatro anos e o núcleo da equipa era quase sempre o mesmo.”
Rui Costa, atual presidente e também candidato à reeleição, expressou otimismo em relação ao plantel e sublinhou que “até janeiro, este plantel vai melhorar muito, com alguns jogadores que ainda não estão no patamar certo”. Costa não hesitou em admitir que um levantamento na próxima janela de transferência poderia ser necessário, embora ressaltasse a importância de ações prudentes.
Planeamento e Contratações
Enquanto isso, João Diogo Manteigas abordou a necessidade de um planeamento cuidadoso, expressando que a contratação de jogadores deve vir acompanhada da “capacidade financeira, sem loucuras”. O foco deve estar na colaboração com Mourinho. Já João Noronha Lopes criticou a situação atual, questionando: “Depois de se ter investido 130 milhões de euros, o plantel ainda apresenta estas lacunas?”.
A formação ainda se destacou no discurso dos candidatos, com o debate sobre a saída de João Neves para o PSG a suscitar acesas discussões. Cristóvão Carvalho criticou a gestão do processo de renovação do jovem jogador, afirmando: “Um miúdo que chegue ao Seixal tem de acreditar que vai chegar à equipa principal.” Essa linha de pensamento ressoou com outros candidatos, que aplaudiram a necessidade de manter talentos formados na casa.
Saídas e Retenção de Talentos
Rui Costa, por sua vez, defendeu a inevitabilidade da saída de João Neves, alegando que “era impossível mantê-lo”, reiterando o impacto que questões financeiras têm sobre a retenção de jogadores formados no clube. O assunto polarizou a opinião no debate, reforçando a incerteza sobre como o clube pode melhorar a sua formação e retenção de talentos.
Mayer, candidato da Lista B, argumentou que o Benfica “compra demais e tapa jogadores da formação”, propondo que é “possível que 50 por cento da equipa A seja da formação de forma consistente”. Com propostas que incluem uma reavaliação das políticas de compra e uma colaboração mais próxima entre as categorias de base e a equipa principal, Mayer acredita que a estrutura futebolística pode ser reformulada para um crescimento sustentável.
Integração de Jovens Talentos
Esse tema ainda ecoou quando Noronha Lopes mencionou a integração dos jovens talentos, afirmando que “se os jogadores da formação virem colegas ficarem seis meses e saírem logo, também vão querer sair”. A ideia de construir uma base sólida e permanente para a equipa foi uma visão comum entre os candidatos, mesmo que passando por visões contrastantes sobre como atingir esse objetivo.
O debate acirrado culminou em um consenso frágil, onde a necessidade de uma estratégia financeira e de retenção de talentos emergiu como um tema central. À medida que as eleições do clube se aproximam, a expectativa cresce sobre quem realmente conseguirá navegar as complexidades do futebol moderno para restaurar o prestígio e a confiança dos adeptos.