A Assembleia Geral do Benfica promete ser um momento de grande tensão e discussão, especialmente com o cenário eleitoral a aquecer nas últimas semanas. O advogado Cristóvão Carvalho, um dos candidatos esperados, já antecipa que a reunião será quente. Ele afirma: ““Acho que vai ser uma Assembleia Geral quente, como é óbvio, porque existe sempre o descontentamento dos sócios. É dentro desta casa que os sócios têm a possibilidade de falar e mostrar à direção o seu descontentamento e acredito que esses sócios irão mostrá-lo””.

A data das eleições foi anunciada e está marcada para 25 de outubro, como confirmado pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Pereira da Costa. Este momento não só determinará a liderança do clube, mas também será uma oportunidade para os sócios expressarem as suas opiniões e frustrações.

Expectativas para a Assembleia Geral

João Noronha Lopes, outro candidato à presidência, espera que seja uma Assembleia Geral caracterizada por um ““espírito de grande fervor””, ao mesmo tempo que busca um espaço para o debate respeitoso. Ele declarou: ““O que espero é que seja uma Assembleia geral tranquila, na qual possamos tranquilamente discutir o Benfica num espírito de grande fervor, mas também de grande tranquilidade e de respeito entre todos os sócios””.

Contrapõe a esse otimismo Mauro Xavier, que não hesita em criticar a atual direção do Benfica. Ele propõe a antecipação das eleições, argumentando que ““o pedido de eleições antecipadas que fiz nesta casa, há um ano, é hoje mais atual do que nunca””. Para Mauro, o clube sofre de estagnação disfarçada e clama por uma mudança significativa.

Críticas à Direção Atual

Mauro Xavier considera que o orçamento apresentado pela direção é insuficiente e não projeta um futuro ambicioso para a agremiação. Ele afirma: ““Este orçamento traduz um Benfica cansado. Um Benfica que gere, mas não lidera””. Apesar da tensão, alguns candidatos estão relutantes em se pronunciar sobre as possibilidades de uma mudança abrupta na liderança.

Rui Costa, por exemplo, afirmou que a sua decisão sobre uma eventual recandidatura só será anunciada após o Mundial de Clubes. Em resposta à dúvida sobre a sua continuidade, Noronha Lopes declarou: ““Essa pergunta terá de fazê-la ao presidente Rui Costa””.

A Necessidade de Estratégia

Mauro Xavier também critica a falta de uma estratégia visível, lembrando que ““a nossa prometida cidade das modalidades continua no papel - sem estratégia, sem calendário, sem orçamento””. Suas propostas incluem a ideia de um orçamento participativo que permitiria que os sócios tenham uma voz maior nas decisões financeiras do clube.

Por outro lado, Cristóvão Carvalho acredita que os sócios do Benfica estão insatisfeitos com a liderança atual. Ele reforça sua visão ao dizer: ““os sócios estão ávidos de vitórias, não estão habituados a que o Benfica esteja tanto tempo sem ganhar””.

Um Futuro Incerto

Essa insatisfação poderá manifestar-se claramente na Assembleia Geral, onde se espera um debate fervoroso sobre os caminhos futuros do clube. A divisão de opiniões entre os candidatos e as reações dos sócios nas próximas semanas serão cruciais para moldar o que está por vir.

Assim, com um cenário político interno tão dividido e as expectativas elevadas, as eleições de outubro prometem ser um ponto decisivo para o futuro do Benfica.