A transição entre as lideranças da Liga Portugal não passa despercebida. Depois da recente eleição de Pedro Proença para a presidência da Federação Portuguesa de Futebol, Helena Pires assume, de forma interina, a presidência da Liga, aguardando as eleições marcadas para o próximo dia 11 de abril.
Nesta entrevista, Helena Pires não esconde o orgulho pelo trabalho desenvolvido ao longo dos últimos 25 anos na estrutura do futebol profissional português. Afirma-se «uma mulher realizada e feliz» por ter contribuído para elevar o respeito e a importância da Liga junto dos diversos agentes do setor.
Principais desafios para o futuro presidente
Questionada sobre os principais desafios que esperam o futuro presidente da Liga, Pires destaca a necessidade de dar seguimento ao plano estratégico em curso, mantendo a forte ligação entre a Liga e a Federação Portuguesa de Futebol. Neste sentido, elogia a liderança de Pedro Proença, considerando-o «o homem certo, no lugar certo» para representar os interesses do futebol profissional.
Um dos principais temas abordados pela presidente interina é a centralização dos direitos audiovisuais, que considera ser o «game changer» para o futebol português. «Ninguém perderá, sairão todos a ganhar com a centralização», afirma com convicção, antecipando que este processo trará um maior equilíbrio competitivo, tanto a nível nacional como internacional.
Ajustes no modelo competitivo
Reconhecendo a necessidade de ajustar o modelo competitivo, nomeadamente no que diz respeito ao calendário, Pires explica que a Liga tem vindo a implementar algumas medidas para aliviar a carga dos jogadores, como a redução do número de jogos da Taça da Liga. No entanto, a responsável considera que é preciso uma abordagem mais abrangente, envolvendo toda a pirâmide do futebol português.
Por fim, Helena Pires salienta a importância de continuar a valorizar a imagem e a marca do futebol profissional português, destacando que a centralização dos direitos audiovisuais será crucial nesse sentido. A presidente interina acredita que este é um «momento histórico» para o futebol nacional, no qual todos os intervenientes devem trabalhar em conjunto para alcançar um objetivo comum.