O Benfica garantiu a sua presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões, uma conquista que, segundo o treinador Bruno Lage, não foi vista com o devido reconhecimento por muitos. Desde que Rui Costa assumiu a presidência do clube, o Benfica tem conseguido resultados expressivos na Liga dos Campeões, chegando por duas vezes aos quartos de final e, agora, aos oitavos. No entanto, essa consistência parece não ser valorizada por todos.
Apesar das dificuldades enfrentadas, como as lesões de dois jogadores no mesmo jogo, o Benfica conseguiu chegar aos oitavos de final da Champions e está em segundo lugar no campeonato nacional, a apenas dois pontos do líder Sporting.
«Pelo visto e ouvido, terá feito o que lhe competia e, por isso, nada de mais»
«Pelo visto e ouvido, terá feito o que lhe competia e, por isso, nada de mais. Também pode ter sido a sina de Bruno Lage, ter sorte. O que parece mais difícil, pelo visto e ouvido, é ver alguém prestar, nem que seja um bocadinho, reconhecimento ao mérito de quem para isso contribuiu», afirmou o técnico em conferência de imprensa.
Críticas a quem menospreza os feitos do Benfica
«Não é difícil encontrar alguém dizer, por exemplo, que para o Sporting até foi melhor perder por 3-0 em casa com o Dortmund, porque pôde poupar jogares na Alemanha e, sobretudo, pode poupar-se à chatice de mais jogos na Champions. O Benfica já ter garantido, com a presença e desempenho na Liga dos Campeões, mais de €70 milhões só interessará, seguramente, aos perdedores», criticou Lage.
Reconhecimento dos méritos e necessidade de melhorar
«O jogo da equipa do Benfica está cheio de imperfeições, erros de gestão foram cometidos no percurso e, no entanto, chegou aos oitavos de final da Liga dos Campeões e está em segundo lugar no campeonato a dois pontos do Sporting. Há, objetivamente, motivos para criticar negativamente algumas opções de Bruno Lage. Mas também para criticar positivamente», reconheceu o treinador.
«Dito isto, é fácil perceber que a equipa do Benfica precisa de melhorar muito para continuar a alimentar a expectativa de uma época com mais sucessos. Escrevi a 9 de janeiro que ainda ninguém consegue prever o que se pode esperar de um jogo para outro. Mais de um mês depois essa incerteza mantém-se e só poderá desaparecer com o que Bruno Lage há muito persegue — consistência — mas ainda não encontrou.»
Comparação a um «milagre bíblico»
«O que se vê neste Benfica é um poder extraordinário de proporções quase bíblicas. No versículo 43 do capítulo 11 do Evangelho de São João, Jesus ordena que Lázaro, morto há quatro dias, se levante do túmulo e deixe a caverna onde estava sepultado. A comparação será, certamente, parva, mas com jogos de três em três dias há por aí muitos defuntos — adeptos dos encarnados ou dos adversários — que só esperam um deslize do Benfica, ou seja, pelo milagre da ressurreição.»