João Noronha Lopes, que concorreu às eleições do Benfica em 2020, quebrou o silêncio e lançou duras críticas à atual direção do clube da Luz. Em artigo de opinião publicado no jornal Expresso, o gestor e sócio n.º 5001 das águias afirmou que «tempos difíceis exigem lideranças fortes e capazes de mobilizar pelo exemplo», algo que considera não estar a acontecer no Benfica.
Noronha Lopes analisou a recente derrota do Benfica frente ao Casa Pia, dizendo que os adeptos foram «confrontados com um desnorte merecedor da maior preocupação». Para o antigo candidato, «a situação continua a agudizar-se e não pode ser ignorada», uma vez que «o que acontece em campo começa cá fora» e é «consequência de problemas internos mais vastos, que estão à vista de todos».
Preocupação com a postura da direção
Num ano que Noronha Lopes considera «crucial para o futuro do Benfica e do futebol português», o gestor mostrou-se preocupado com a postura da atual direção liderada por Rui Costa, afirmando que «em lugar de liderar e promover a reflexão pública que é necessária, o clube tem caído numa posição passiva e subalterna que não defende os seus interesses».
Em relação ao projeto de centralização dos direitos televisivos, Noronha Lopes criticou a posição do Benfica, dizendo que «a posição do Benfica deveria ser clara e pública». «É com muita preocupação que, neste contexto decisivo, vejo a direção do Benfica demitir-se de participar nas escolhas decisivas para o futebol português», escreveu.
Liderança forte é necessária
O antigo candidato defendeu que o momento exige «uma liderança capaz de assegurar que os interesses do Benfica são escrupulosamente respeitados — sem vassalagem e sem apoios acríticos». Para Noronha Lopes, «o silêncio de hoje sairá caro amanhã».
Numa altura em que o Benfica enfrenta desafios relevantes, Noronha Lopes apela a uma liderança mais forte e capaz de defender os interesses do clube, sem hesitações ou omissões.