Antigo assessor jurídico do Benfica rejeita com veemência acusação de corrupção
Paulo Gonçalves, que prestou assessoria jurídica ao Benfica entre 2007 e 2018, reagiu com determinação às acusações de corrupção ativa e fraude fiscal feitas pelo Ministério Público no âmbito do "Caso dos Emails". O antigo assessor jurídico considera a acusação "surreal" e "desprovida de fundamentação factual e legal".
«Esta acusação é surreal e assenta numa tese destituída de fundamentação factual e legal. Na verdade, nenhuma das condutas ali descritas consubstancia qualquer crime, muito menos um crime de corrupção, na sua maioria traduzindo uma prática corrente no mercado de futebol, tanto a nível nacional como internacional», reagiu Paulo Gonçalves, em comunicado enviado à agência Lusa.
Pedido de levantamento do sigilo profissional
Face às acusações, Paulo Gonçalves assegurou que irá "solicitar de imediato o levantamento do segredo profissional a que estou vinculado pelo Estatuto da Ordem do Advogados, sem o qual não poderei exercer na plenitude o exercício do meu direito de defesa". O objetivo é poder refutar "esta acusação incompreensível e defender o meu bom nome", sublinhou.
O antigo assessor jurídico do Benfica garante que, "em momento algum extravasei as funções e as instruções que me foram então confiadas", afirmando ter-se pautado sempre pela "lealdade, entrega e cumprimento da lei durante este período".
Benfica promete defesa contra "acusações infundadas"
O Benfica, por sua vez, também reagiu às acusações, garantindo que se defenderá "de todas as acusações infundadas" e que tomará "posição processual" sobre o assunto. O clube da Luz foi notificado de uma acusação que o responsabiliza por alegados atos do antigo presidente Luís Filipe Vieira e de Paulo Gonçalves.
Em causa está, segundo a acusação do MP, um alegado esquema liderado por Vieira que teria como objetivo a subversão da verdade desportiva através do controlo de outros clubes, nomeadamente o Vitória de Setúbal, de forma a facilitar os jogos de confronto direto com o Benfica. A investigação da Polícia Judiciária concluiu que o clube da Luz foi beneficiado em campo pela má atuação, alegadamente propositada, de alguns atletas adversários.