O Benfica viveu um verão agitado no mercado de transferências, com as saídas de três dos quatro brasileiros que integravam o seu plantel. As partidas de Morato, David Neres e Marcos Leonardo, em definitivo ou por empréstimo, geraram controvérsia e um sentimento de divisão no seio do clube.
Demitido após o empate com o Moreirense, na 4.ª jornada, Roger Schmidt, o antigo treinador das águias, considerava que o comportamento extra relvado do grupo revelava pouco compromisso para com a equipa. Por isso, Schmidt recomendou a Rui Costa e seus pares a saída de todos eles, tentando recuperar o grupo e juntar os cacos de uma relação com jogadores e adeptos que já há muito se tinha deteriorado.
Saída de Neres Incompreendida
A saída de David Neres foi uma das mais incompreendidas pelos adeptos nos últimos anos, lembrando que o antigo camisola 7 era um dos «meninos bonitos» das bancadas na Luz. Mas também ele estava desagradado com a gestão de que era alvo por parte de Schmidt e por, em diversas ocasiões, ter jogado fora da posição - extremo direito - em que mais gosta de atuar.
«Logo após a primeira hecatombe da época, com o desaire em Famalicão a abrir a Liga, o alemão admitiu que Neres tinha pedido para sair e precisava apenas de "jogadores comprometidos", o que, acreditava, a dada altura deixou de ser aplicar ao extremo, que, mesmo com pouco tempo de jogo, agora tem brilhado em Nápoles, com três assistências em outros tantos jogos.»
Ausência de Despedidas
Nos casos de Morato e Neres, jogadores que, em conjunto, somaram, respetivamente, 86 e 83 jogos pelos encarnados, sagrando-se campeões nacionais em 2023, nem sequer houve a habitual entrevista aos meios oficiais do clube para jogadores com papel importante na equipa, como aconteceu, por exemplo, depois das saídas de Rafa Silva ou João Mário, ambos a jogar no Besiktas atualmente.
Futuro Incerto para Arthur Cabral
Do lote de quatro brasileiros que estiveram no plantel das águias desde janeiro, altura em que Marcos Leonardo aterrou na Luz vindo do Santos com promessas de grande futuro de águia ao peito, sobrou apenas Arthur Cabral, mas nem sequer foi por falta de interessados ou de negociações tendo em vista uma transferência do avançado.
«A missão será difícil, já que o grego Vangelis Pavlidis parece dono e senhor do lugar no onze, mas Arthur Cabral está de cabeça limpa, focado no Benfica e pronto para dar luta ao grego, sendo que, depois do empréstimo de Casper Tengstedt ao Hellas Verona, o brasileiro é a alternativa direta ao jogador contratado ao AZ Alkmaar no último defeso.»