O Sport Lisboa e Benfica apresentou o seu relatório e contas relativo ao exercício de 2022/23, revelando um resultado líquido negativo de 31,4 milhões de euros. Apesar dos lucros obtidos nas épocas 2022/23 (4,2 milhões de euros) e 2019/20 (41,7 milhões de euros), a SAD das águias voltou a registar prejuízos nos exercícios de 2020/21 (17,4 milhões de euros) e 2021/22 (35 milhões de euros).
O documento detalha os valores das principais transferências realizadas na última época, com a venda de alguns jogadores a representar significativos ganhos para o clube. No entanto, a dívida líquida do Benfica aumentou mais de 60 milhões de euros, passando de 140 milhões de euros no exercício transato para 201 milhões de euros no último exercício.
Principais transferências e ganhos
A venda de Musa ao Dallas FC, por 9 milhões de euros, rendeu um ganho de 3,9 milhões de euros para o Benfica, após dedução de 5,1 milhões de euros relativos a «a retenção do mecanismo de solidariedade, os compromissos com terceiros, os gastos com serviços de intermediação, após o efeito da respetiva atualização financeira, tendo em consideração o plano de pagamento estipulado e o valor líquido contabilístico do direito do atleta à data de alienação».
Já a transferência de Lucas Veríssimo para o Al Duhail, por 8 milhões de euros, com a possibilidade de encaixar mais 1 milhão de euros mediante objetivos, gerou um ganho de 3,9 milhões de euros para o Benfica, após dedução de 4,1 milhões de euros pelos mesmos motivos enumerados no negócio de Musa.
Relativamente a outras saídas, o Benfica encaixou 65 milhões de euros com a venda de Gonçalo Ramos para o PSG, tendo um ganho de 58,7 milhões de euros. No caso de Enzo Fernández, a transferência para o Chelsea, por 121 milhões de euros, gerou um ganho de 65,6 milhões de euros para as águias.
Dívida líquida ultrapassa 200 milhões de euros
Apesar dos ganhos obtidos com as transferências, a dívida líquida do Benfica aumentou mais de 60 milhões de euros, passando de 140 milhões de euros no exercício transato para 201 milhões de euros no último exercício. Esta dívida líquida mais que duplicou desde 2019/20, quando era de 91 milhões de euros.
No relatório, o presidente Rui Costa garantiu que «a sustentabilidade económica da Benfica SAD está, indubitavelmente, assegurada, não se indiciando qualquer risco quanto ao cumprimento dos critérios financeiros da UEFA». No entanto, os capitais próprios «continuam elevados e num patamar sem paralelo no futebol nacional», apesar da redução de 113 milhões de euros para 81,9 milhões de euros.
Assembleia Geral convocada
Além da apresentação do relatório e contas, o Benfica convocou uma Assembleia Geral de acionistas, propondo um voto de confiança no Conselho de Administração, presidido por Rui Costa, e no Conselho Fiscal. A AG, marcada para o dia 29 de setembro, tem ainda outros quatro pontos na ordem de trabalhos, incluindo a proposta de transferência do resultado líquido negativo de 31,4 milhões de euros para resultados acumulados e a eleição de novos membros para o Conselho de Administração.