Adeus a uma lenda
Ángel Di María, extremo do Benfica com 36 anos, colocou um ponto final na sua carreira internacional pela Argentina na madrugada desta sexta-feira, em Buenos Aires. O jogador foi homenageado no Estádio Monumental antes do jogo entre a Argentina e o Chile (3-0), da 7ª jornada da qualificação sul-americana para o Mundial 2026.
Menos de dois meses depois de ter conquistado a Copa América pela segunda vez consecutiva, Di María recebeu uma sentida despedida da seleção albiceleste. Antes do início da partida, o jogador subiu ao relvado acompanhado pela família e foi ovacionado pelos quase 60 mil espectadores presentes no estádio.
Homenagem da AFA e da seleção
O presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia, entregou a Di María um quadro comemorativo, bem como uma réplica do troféu da Copa América conquistado em julho. Jogadores e equipa técnica da Argentina vestiram camisolas com o número 11, celebrizado por "Fideo", e reuniram-se num círculo para erguerem o avançado ao ar, sob constantes aplausos e cânticos da plateia.
Além de ter sido evocado à distância por Lionel Messi, que ainda recupera de lesão, Di María assistiu a um vídeo com momentos marcantes vividos pela seleção e uma mensagem emocionada da sua filha mais velha, Mia.
Palavras emocionadas de Di María
Visivelmente emocionado, Di María agradeceu a todos os que o acompanharam ao longo da sua carreira internacional, desde a Federação Argentina, aos treinadores, colegas de equipa e adeptos. «É um momento difícil para falar. Tenho muitos sentimentos por dentro. Pude jogar com várias gerações e ter grandes jogadores ao meu lado. Tivemos o azar de não ganhar nada durante anos, mas também a oportunidade de vencer com quem está aqui. Agora, sou mais um adepto e estarei a apoiar-vos», disse o jogador.
Di María deixou ainda uma palavra especial de agradecimento à sua família: «Às mais importantes da minha vida, as minhas queridas, as que estiveram sempre ao meu lado, as que nunca deixaram que nada me magoasse. Obrigado por me terem acompanhado. Esta é a última Taça que ganhámos juntos com esta camisola. Obrigado, obrigado do fundo do meu coração».
Recorde e futuro
Di María despediu-se da seleção principal da Argentina com 145 jogos, igualando Javier Zanetti no terceiro lugar, apenas atrás de Messi e Javier Mascherano, e 31 golos, tendo arrebatado duas Copas América, em 2021 e 2024, o Mundial'2022 e a Finalíssima de 2022.
O jogador do Benfica planeava regressar definitivamente ao seu país este verão para fechar a carreira no Rosario Central, clube no qual despontou como sénior antes da primeira passagem pelo Benfica, de 2007 a 2010. No entanto, as ameaças à sua família frustrariam essa intenção, levando-o a permanecer em Portugal e a renovar contrato com o Benfica, ao qual já tinha regressado em 2023.