A saída de Roger Schmidt e o regresso de Bruno Lage
O despedimento de Roger Schmidt face ao mau arranque do Benfica abre a porta a um possível regresso de Bruno Lage à Luz, tratando-se de uma das fortes hipóteses para assumir os destinos das águias já nos próximos dias. Numa espécie de «o bom filho à casa torna», a verdade é que o treinador de 48 anos terá, certamente, assuntos pendentes para resolver, caso tal cenário se concretize.
O historial vitorioso nas camadas jovens
Com um longo historial (vitorioso, por sinal) nas camadas jovens dos encarnados, Bruno Lage - já numa fase mais madura da sua carreira - foi convidado a assumir o Benfica B, na época 2018/19, e mal saberia que ia acabar por subir à equipa principal, onde se sagrou campeão nacional, de forma, no mínimo, épica.
O sucesso efémero e a saída atribulada
A verdade é que o sucesso de uma época nem sempre se reflete na temporada seguinte, e a ausência de estabilidade de resultados positivos, numa altura em que a pandemia da Covid-19 se fazia sentir em todos os setores da sociedade, conduziu o treinador português a uma saída algo atribulada, na reta final da temporada 2019/20. Logo aí, há um assunto por resolver, no sentido de «limpar» a imagem (não tão exuberante como a da conquista do campeonato) com que saiu da Luz.
O percurso entre clubes e o regresso ao Benfica
Já com 27 anos de carreira no mundo do futebol (entre as funções de preparador físico, adjunto e treinador principal), Bruno Lage já representou o Benfica em dois períodos distintos na sua carreira. Entre 2004 e 2012, esteve nas camadas jovens e os números são claros: mais de dois terços dos jogos acabavam em vitórias. Mais tarde, já depois de ter passado por clubes como Al-Ahli Dubai, Sheffield Wednesday e Swansea City, o técnico de 48 anos aceitou regressar ao Benfica, onde esteve durante praticamente duas épocas, entre 2018 e 2020.
O improvável e épico campeonato de 2018/19
Enquadrado com o projeto do clube, Bruno Lage foi o escolhido de Luís Filipe Vieira, na altura presidente do Benfica, para assumir a equipa B, onde fez apenas 15 jogos (com oito triunfos), dado que, em janeiro de 2019, seria convidado a ser o substituto de Rui Vitória na equipa principal, herdando a difícil missão de recuperar de uma desvantagem de sete pontos para o rival FC Porto. O inesperado aconteceu. A equipa de Sérgio Conceição foi deslizando aqui e ali, enquanto o Benfica «levou tudo à frente», ao ponto de ter somado 18 vitórias e um empate em 19 jogos, para além de uma média de quase quatro (!) golos por jogo. No final, a festa de campeão nacional fez-se no Estádio da Luz.
O fim do ciclo e a saída do Benfica
As coisas não foram iguais na época seguinte. Apesar da forte veia goleadora se ter mantido como nota de destaque, o Benfica esteve longe da estabilidade que apresentou na segunda metade da temporada transata. O clube da Luz até chegou a estar 17 jogos sem perder (entre novembro de 2019 e abril de 2020), mas tudo mudaria num ápice, sobretudo atendendo ao facto de, naquela temporada, Sérgio Conceição ter conseguindo «vingar» os sete pontos de vantagem desperdiçados para o rival, invertendo a histórica recuperação a seu favor. Seguiram-se apenas duas vitórias em 13 jogos e Bruno Lage não hesitou em colocar o lugar à disposição, acabando substituído por Nélson Veríssimo, proveniente dos bês.