Sven-Göran Eriksson, ex-treinador do Benfica, morre aos 76 anos

  1. Eriksson granjeou o respeito e a admiração de todos
  2. Eriksson revelou em janeiro ter cancro de pâncreas em fase terminal
  3. Eriksson conquistou 3 campeonatos, 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça pelo Benfica
  4. Benfica prestou homenagem a Eriksson em abril, com antigos jogadores presentes

Uma figura grandiosa que deixa marcas indeléveis


O antigo treinador do Benfica Sven-Göran Eriksson faleceu hoje, aos 76 anos, após uma luta contra um cancro no pâncreas. O sueco deixa um legado inestimável no futebol português, com três campeonatos e outras taças conquistadas ao serviço das «águias».

«Tudo o que lhe foi acontecendo [com sucessivas homenagens públicas nos últimos meses] granjeou o respeito e a admiração de todos. Ele tem várias mensagens a dizer 'vivam a vida, sejam felizes e não fiquem tristes quando eu partir'. É a grandeza de um ser humano admirável», enquadrou Toni, antigo adjunto de Eriksson no Benfica, em declarações à agência Lusa.

Uma «morte anunciada» com a mesma coragem que marcou a sua carreira


Eriksson revelou no início do ano ter sido diagnosticado com um cancro do pâncreas em fase terminal e que teria, de acordo com parecer clínico, menos de um ano de vida. A notícia mereceu uma onda de solidariedade e lembrança ao sueco, que foi alvo de uma homenagem presencial do Benfica em abril, antes e durante a vitória sobre o Marselha na Liga Europa.

«Era uma morte anunciada. Aliás, ele teve a força e a coragem de o dizer há uns meses, deixando-nos destroçados. É um dia de profunda tristeza. Partiu um bocado de mim, após já terem partido Artur Jorge, Rui Rodrigues e Pietra. Tem sido um ano marcante pela partida de gente com quem partilhei alegrias e tristezas», notou Toni.

Um legado indelével no Benfica e no futebol português


Vencedor da Taça UEFA ao serviço do Gotemburgo, em 1981/82, o sueco conquistou três campeonatos (1982/83, 1983/84 e 1990/91), uma Taça de Portugal (1982/83) e uma Supertaça Cândido de Oliveira (1989/90) nas duas passagens pelo Benfica, entre 1982 e 1984 e de 1989 a 1992, sempre coadjuvado pelo ex-médio 'encarnado' Toni.

«Encaro esta partida de forma muito particular, porque tínhamos uma amizade com mais de 40 anos. Ele ganhou o respeito e a admiração, não só dos benfiquistas, mas de todos os quadrantes, pela sua forma de estar no desporto e no futebol. Deixa esse legado, além daquela força e coragem em anunciar a sua morte», evocou Toni.

O adeus emocionante dos adeptos e antigos jogadores


Essa jornada de abril vivida no Estádio da Luz é de uma carga emocional muito forte. Foi a oportunidade para se despedir dos adeptos e de antigos jogadores e colaboradores», partilhou Toni.

Além de Toni, outros antigos jogadores do Benfica, como Stefan Schwarz, também deixaram mensagens de pesar e reconhecimento pelo legado de Eriksson. O treinador Sérgio Conceição, que foi orientado pelo sueco na Lazio, também se despediu do antigo técnico, considerando-o «um grande homem que tanto deu ao futebol».