Sócios chumbam orçamento do Benfica para 2024/25
O Benfica enfrenta mais uma crise após o chumbo do seu orçamento para a época 2024/25 pelos sócios em Assembleia Geral. Com 48,25% dos votos contra, 47,79% a favor e 3,93% de abstenções, o documento apresentado pela Direção de Rui Costa não foi aprovado, obrigando o clube a utilizar o orçamento de 2023/24 e, provavelmente, a fazer uma gestão em regime de duodécimos.
Esta não é a primeira vez que um orçamento do Benfica é chumbado pelos sócios. Em junho de 2020, o documento apresentado pela então Direção de Luís Filipe Vieira também não foi aprovado, mas nessa altura não houve qualquer consequência para a liderança do clube.
Presidente Rui Costa alvo de críticas
Agora, com Rui Costa no comando, a situação é diferente. O presidente do Benfica foi muito assobiado na Assembleia Geral, refletindo o descontentamento dos adeptos após uma temporada em que a equipa falhou a conquista do título e viu o treinador, Roger Schmidt, e o próprio Rui Costa, serem alvo de críticas.
«O 'Servir o Benfica' questiona a direção do Sport Lisboa e Benfica sobre o chumbo do orçamento. A Direção irá apresentar documento corrigido ou irá fazer como em 2020 quando a Direção liderada por Luís Filipe Vieira não se dignou a apresentar novo documento orçamental após o chumbo dos associados?», questionou o movimento liderado por Francisco Benitez, candidato derrotado nas últimas eleições.
Estatutos permitem Direção ignorar chumbo
De acordo com o grupo de sócios, os estatutos do clube indicam no Artigo 57.º, n.º 1, que «as deliberações da Assembleia Geral são tomadas por maioria absoluta dos votos dos sócios presentes», pelo que o orçamento não teria sido aprovado, ao contrário do indicado pelo presidente da mesa, Fernando Seara.
No entanto, à luz dos estatutos atuais, o chumbo do orçamento não tem qualquer consequência prática para a Direção de Rui Costa, que nem sequer está obrigada a apresentar um novo documento a sufrágio em Assembleia Geral. Uma situação que o movimento 'Servir o Benfica' pretende alterar na revisão estatutária em curso, propondo que «caso o orçamento seja reprovado, a direção tem um prazo de 30 dias para elaborar e apresentar um novo orçamento», sendo que «a reprovação do novo orçamento por parte da AG implica a imediata demissão da direção».
Pressão adicional sobre Rui Costa
Apesar da ausência de consequências imediatas, o chumbo do orçamento pode constituir um foco de pressão adicional sobre Rui Costa, que já vinha sendo criticado pelos adeptos. Um ano atrás, um orçamento com previsões de contas positivas de 1 milhão de euros tinha passado com mais de 86% de votos favoráveis, mas agora, com o clube a sair de uma temporada em que falhou a conquista do título, o cenário é muito diferente.
Entretanto, fonte do movimento 'Servir o Benfica' considera que «o currículo profissional e o benfiquismo de João Diogo Manteigas enquadram-se no perfil para uma liderança futura do Sport Lisboa e Benfica, como outros quadros benfiquistas». «É importante ter uma liderança que crie um projeto que permita efetuar as reformas que o clube necessita, para ter um clube mais transparente na gestão e que assuma a liderança do desporto em Portugal», acrescenta a mesma fonte.