Entrevista corajosa e preparada
Rui Costa, presidente do Benfica, mostrou-se corajoso ao submeter-se a uma entrevista coletiva, em vez de optar por uma entrevista caseira ou um canal de televisão generalista. O líder encarnado exibiu-se preparado e respondeu rapidamente a todas as perguntas que lhe foram colocadas.
Ficou evidente que Rui Costa está muito mais à vontade a falar de futebol, do jogo e de jogadores do que a versar assuntos de finanças, direito ou política(s). Embora pudesse fazê-lo, não se atreveu muito por questões táticas, mas deixou claro que sabe como a equipa jogou, como era suposto ter jogado e como é suposto que jogue no futuro.
Defesa da estabilidade
Rui Costa foi menos assertivo a falar de contas ou das eleições do clube, que afirmou estarem «muito longas» (outubro de 2025), quando qualquer político que se preze sabe bem que ano e meio é muito pouco tempo para preparar uma campanha.
No entanto, Rui Costa foi claro ao defender a importância da estabilidade no Benfica. Disse, logo de início, que Roger Schmidt continua como treinador do clube. Justificou a decisão, recorrendo a argumentos extremamente válidos, a começar por uma ideia de estabilidade que muito escasseia em vários clubes do futebol português.
«Mário Wilson disse um dia, com toda a propriedade, que 'qualquer treinador do Benfica se arrisca a ser campeão'. Faz sentido, diria mesmo que é lógico. Mas isto não tem de significar algo como 'se não é campeão no Benfica tem de ser despedido'», afirmou Rui Costa.
O presidente do Benfica lembrou que Roger Schmidt era venerado há pouco mais de um ano, chegou e venceu, cumprindo a profecia do Velho Capitão. No ano seguinte não venceu e não convenceu as bancadas, mas Rui Costa reclamou que a época não foi tão má quanto a exigência dos adeptos a pinta.