Reforços ficam aquém das expectativas
A época 2023/2024 não tem sido fácil para o Benfica. Das 10 "caras novas" que chegaram ao clube, nos mercados de verão e inverno, num investimento total de €97 milhões, apenas dois jogadores se afirmaram como titulares: Di María e Trubin. Os restantes reforços não conseguiram convencer quer a direção, quer o próprio treinador, Roger Schmidt.
Jurásek fez apenas 12 jogos, numa prestação insuficiente, tendo sido emprestado ao Hoffenheim, da Alemanha, para tentar valorizar-se e permitir ao Benfica recuperar os €14 milhões investidos. Bernat chegou por empréstimo do PSG, mas com muitos problemas físicos, participando em apenas seis jogos. Kokçu, contratado por €25 milhões, o jogador mais caro da história do clube e do futebol português, teve problemas de adaptação, chegando mesmo a criticar o treinador, perdendo o seu lugar no onze titular.
Temporada passada foi melhor
Em contraste, a época passada foi bastante positiva em termos de reforços. Dos oito jogadores contratados em 2022 e janeiro de 2023 (total de €114 milhões), quatro tornaram-se titulares (Bah, Aursnes, Enzo Fernández e Neres) e um suplente utilizado goleador (Musa). Os casos de insucesso foram Draxler (quase sempre lesionado), Tengstedt (ainda sem convencer) e Schjelderup (emprestado ao Nordsjaelland).
Adicionalmente, a época passada viu a promoção de dois jovens da formação à equipa principal (António Silva e João Neves), algo que não se verificou na presente temporada.
Poucos jogadores em alta
Se os reforços não foram tão determinantes quanto os de 2022/2023, entre os jogadores que ficaram no plantel, apenas dois registaram uma melhoria de rendimento: Rafa e João Neves. O avançado português marcou mais seis golos que na época anterior (20 contra 14) e somou mais assistências (14 contra 9), enquanto o médio contabilizou muito mais tempo de jogo (53 jogos contra 20) e mais golos (3 contra 1).
Quanto aos restantes titulares, Bah fez menos jogos devido a lesão (32 contra 42), Otamendi manteve os mesmos registos, António Silva fez mais jogos mas viu mais cartões amarelos (9) e vermelhos (2 contra 0), marcando menos golos (2 contra 5), Florentino jogou menos (22 partidas a titular contra 43) e João Mário viu os seus números diminuírem (9 golos e 7 assistências contra 23 golos e 13 assistências).
Falta de um goleador
Apesar de ter ultrapassado a barreira dos 100 golos em todas as competições esta época, o Benfica dificilmente atingirá a marca dos 131 da época passada em 55 partidas (média de 2,38 por jogo). Até agora a equipa contabiliza 108 em 54 encontros (média de 2). Muito por culpa da ausência de um ponta de lança goleador: dos três jogadores do plantel para esta posição, apenas Arthur Cabral aparece no top 5 dos mais concretizadores, com 11 golos, mas longe dos 20 do melhor marcador da equipa, Rafa, um avançado que não é um 9, ou até mesmo do extremo Di María (16 golos).