«António-Pedro Vasconcelos, cineasta português e fervoroso adepto do Benfica, partilhou numa entrevista ao Maisfutebol a sua jornada de paixão pelo clube encarnado. Nascido em Leiria, Vasconcelos tornou-se adepto do Benfica aos 14 anos, após uma infância em Coimbra onde acompanhou a Académica, influenciado pelo pai. A sua primeira memória futebolística remonta a um jogo entre Portugal e Espanha no Estádio do Jamor, em 1947, que o impressionou pela dimensão do estádio e pela vitória de Portugal por 4-1, com destaque para os jogadores Araújo e Travassos.
A mudança de lealdade para o Benfica foi motivada pela popularidade do clube e pela sua chegada a Lisboa aos 14 anos. Vasconcelos recorda o período de domínio do Sporting e a presença de «Os Cinco Violinos», mas foi a era de Eusébio e Coluna que o conquistou, especialmente durante o período em que viveu em Paris e testemunhou o bicampeonato europeu do Benfica.
Apesar da sua ligação afetiva à Académica, Vasconcelos destaca a importância política da equipa, como na final da Taça de Portugal de 1969 em que a Académica protestou contra o regime. Sobre a rivalidade entre Benfica e Sporting, Vasconcelos enfatiza o papel do Benfica como clube popular e abrangente, inclusive na conquista de Eusébio devido à «inépcia do Sporting».
No contexto atual do Benfica, Vasconcelos expressa críticas à gestão do clube, especialmente em relação ao presidente Luís Filipe Vieira, destacando a falta de paixão pelo clube e a incapacidade de compreender o futebol. No entanto, mantém a admiração por Jorge Jesus e acredita na capacidade do treinador em levar o Benfica de volta ao sucesso, como evidenciado no jogo contra o FC Porto.
Além do seu amor pelo futebol, Vasconcelos discute a relação entre futebol e cinema, destacando a dificuldade de captar o suspense de um jogo em filme e a falta de filmes de qualidade sobre futebol. Ele compara o futebol e o cinema como espetáculos de massas e destaca a importância dos bastidores tanto no cinema quanto no futebol.
No que diz respeito aos grandes jogadores, Vasconcelos elogia a carreira de Cristiano Ronaldo, mas destaca o talento inato de Lionel Messi. Ele reconhece a evolução do futebol em termos de velocidade coletiva, mas destaca a genialidade de jogadores como Pelé e Maradona.
Em relação ao Benfica atual, Vasconcelos destaca a melhoria da equipa sob a orientação de Jorge Jesus, mas aponta a necessidade de um ponta-de-lança e elogia jogadores como Weigl. A sua paixão pelo clube e pelo futebol transparece ao longo da entrevista, revelando a sua ligação emocional e intelectual com o desporto e o cinema.