No dia 28 de fevereiro de 2024, o historiador Francisco Pinheiro conduziu uma viagem pela capital, levando-nos a um passado rico e significativo. Nesse regresso ao passado, recordamos a inauguração do Estádio do Sport Lisboa e Benfica, há quase 70 anos, em 1954, um marco que reuniu mais de três mil atletas de 54 clubes. Naquela época, Portugal enfrentava desafios sociais e de desenvolvimento, com altas taxas de mortalidade e emigração em busca de melhores condições de vida.
Em 1954, o FC Porto foi o convidado de honra na inauguração do Estádio do Benfica, demonstrando um espírito desportivo e de camaradagem. O Sporting também marcou presença, sendo recebido com entusiasmo e respeito. No entanto, ao longo dos anos, algumas práticas desportivas e mentalidades parecem ter-se deteriorado, refletindo não apenas no desporto, mas também na política.
Ao abordar a atualidade, observamos um cenário onde a desvalorização de crises e a valorização do status quo são temas recorrentes. As agressões e tensões em assembleias gerais, bem como a desvalorização de equipas em dificuldades, são sintomas de um ambiente onde interesses e rivalidades obscurecem o verdadeiro espírito desportivo.
Como mencionado por Francisco Pinheiro, «Se há agressões e medo em assembleias gerais, que se desvalorize, até parece que se andou aos tiros, se a equipa de futebol está mal, que se desvalorize, são fantasias inventadas pelos inimigos, se alguém se sente ameaçado no status quo, então que se valorize, são coisas de inimigos». Estas atitudes, que parecem pertencer a um passado distante, continuam a persistir, desafiando a evolução civilizacional e desportiva.
O contexto atual levanta questões sobre a interligação entre desporto e política, destacando a importância de promover valores de fair-play, respeito e integridade. À medida que refletimos sobre o passado e o presente, é crucial avaliar como as práticas e mentalidades do passado influenciam as dinâmicas atuais do desporto e da sociedade em geral.