Um perfil de liderança forjado na Galiza e no Médio Oriente
Gonzalo García não é um treinador qualquer. Pode orgulhar-se de já ter sido apelidado de «Recoba», de ter sido considerado o «Messi da terceira (liga)» e de ter estado muito próximo de Jordi Cruyff. O seu ADN, portanto, tem muito de Barcelona e do legado daquele que foi um Deus na Catalunha como jogador e técnico, mesmo bebendo um futebol dominado por nota artística a partir do filho.
Aos 40 anos, com uma carreira de treinador que já o levou a trabalhar na Dinamarca, Países Baixos e Croácia, nestes últimos como técnico principal no Twente e no NK Istra, Gonzalo García chega ao Arouca como uma promessa dos bancos, após ter levado a equipa croata a uma classificação histórica em 2022/23: o 5.º lugar.
Um criativo genial com o cunho de Cruyff
Novo treinador dos lobos foi considerado um criativo genial, com talento admirado pelo filho do génio neerlandês. O perfil de liderança e proximidade já era visível nos tempos de jogador.
«É fácil olhar para o jogador que conheci e adivinhar que potenciará qualidade ofensiva. Já dava para ver que era um autêntico líder», elucida Diogo Vila, central português que atuou com Gonzalo García no AEK Larnaca e que agora joga no Amarante.
Um médio-ofensivo de sucesso no estrangeiro
Como jogador, o uruguaio, que cedo veio para Espanha, assumindo casa na Galiza e tendo como clube de coração o Compostela, onde iniciou e concluiu trajeto como médio-ofensivo, destacou-se em passagens pelo futebol neerlandês e cipriota, brilhando mais que tudo no AEK Larnaca, com 17 golos em 33 jogos em 2011/12. Nessa altura, tinha como companheiro Diogo Vila, central português que atua no Amarante. O diretor desportivo era Jordi Cruyff, que ainda levaria o hispano-uruguaio para o Maccabi Tel Aviv.
Um exemplo de humildade e proximidade
«Confesso que desconhecia, mas é fácil olhar para o jogador que conheci e adivinhar alguém que potenciará qualidade ofensiva às equipas. Imagino muita posse de bola e, sem bola, uma equipa organizada defensivamente», observa Diogo Vila, que traça o retrato do homem que guiará o Arouca na próxima temporada.
«É, sobretudo, uma excelente pessoa, capaz de chegar a toda a gente pela sua humildade. Fomentará uma grande amizade e proximidade com os jogadores. Todos olhávamos para ele como um exemplo em todos os sentidos», reconhece Diogo Vila, ainda tocado por mais uma lembrança. «Fomos colegas de quarto quando fomos jogar à Alemanha contra o Schalke 04, em jogo da Liga Europa. Ele era do melhor!», sublinha.