Vitória SC protagoniza epopeia com 5 treinadores em 1 época

  1. Melhor pontuação (63 pontos) de sempre na I Liga desde que os triunfos valem três pontos
  2. Cinco treinadores diferentes em uma única época
  3. Três treinadores nos primeiros três jogos da época
  4. Álvaro Pacheco alcançou 18 vitórias em 32 jogos

Uma temporada histórica


Parece surreal, mas aconteceu. Com cinco treinadores diferentes, o Vitória SC protagonizou uma das melhores épocas da história, destacando-se o facto de alcançar a sua melhor pontuação (63 pontos) de sempre na I Liga desde que os triunfos valem três pontos. Ainda assim, nem tudo foi um 'mar de rosas'.

A temporada arrancou com Moreno Teixeira a liderar os destinos dos vimaranenses, naquela que até seria a sua segunda época no comando técnico (algo quase inédito no passado recente do clube), mas rapidamente pediu a demissão. O 'adjunto' João Aroso aceitou o cargo por apenas um jogo, de forma a fazer a 'ponte' para a entrada do surpreendente Paulo Turra.

Três treinadores em três jornadas


Logo a abrir a temporada, os vimaranenses foram 'vítimas' de mais uma eliminação precoce na Liga Conferência Europa, diante do 'desconhecido' Celje, levando Moreno Teixeira a querer 'abandonar o barco' do seu clube de coração no imediato. A verdade é que o atual treinador do Desportivo de Chaves aguentou-se na liderança da equipa até à primeira jornada, comunicando a sua saída após o triunfo na Reboleira, diante do Estrela da Amadora (0-1).

Cumprindo um pedido da direção encabeçada por António Miguel Cardoso, João Aroso - que era adjunto no 'desenho' da equipa técnica, mas que figurava como treinador principal na ficha de jogo por motivos regulamentares - assumiu a liderança da equipa no jogo seguinte, com um triunfo caseiro frente ao Gil Vicente (2-1), mas garantiu que não faria sentido continuar sem Moreno - sentimento que reforçou em entrevista ao Desporto ao Minuto.

E como 'não há duas sem três', Paulo Turra assumiu o comando técnico do Vitória SC à terceira jornada para, imagine-se, conduzir a equipa ao terceiro triunfo consecutivo, diante do Vizela (2-0), para a liderança do campeonato. Surreal, no mínimo. Seguiram-se três derrotas, um empate e só depois o regresso às vitórias, com uma reviravolta dramática diante do Estoril (3-2). Dois dias depois, o treinador brasileiro seria 'surpreendido' com a demissão, tendo concedido uma entrevista ao Desporto ao Minuto a abordar todos os contornos.

Álvaro Pacheco e a estabilidade


Do passado mês de agosto até ao início de outubro, três treinadores. De outubro até maio, apenas um técnico... e um 'carrossel' de emoções. Álvaro Pacheco abraçou o projeto do Vitória SC com carinho, já depois de ter deixado o Estoril, sendo rapidamente 'pintado' como o homem certo para se manter em Guimarães por muitos e bons anos. Os resultados, esses, trataram de mostrar que o caminho parecia estar a ser 'trilhado' nesse sentido... até um certo ponto.

O treinador de 52 estreou-se com um triunfo no reduto do Famalicão (1-3) e começou a 'apetrechar' uma sequência de resultados bastante louvável. Manteve a equipa na 'perseguição' aos lugares cimeiros - muitas vezes 'colado' ao rival Sporting de Braga na quarta posição -, chegou às 'meias' da Taça de Portugal e alcançou 18 triunfos em 32 jogos ao serviço do emblema de Guimarães. Pelo meio, Jota Silva até foi chamado à seleção nacional.

Depois do triunfo frente ao FC Porto (1-2) no Estádio do Dragão, no passado dia 7 de abril, seguiram-se semanas que 'mataram' todos os sonhos para um fim de época que podia ser de sonho. Até então eram 17 vitórias em 26 jogos. Seguiram-se quatro derrotas, uma igualdade e um triunfo, que impossibilitaram o sonho do Jamor, a esperança pelo pódio e a derradeira luta pelo quarto lugar. Pelo meio, houve um 'burburinho' dos grandes que voltou a deixar à tona as debilidades internas que travam o emblema de Guimarães de atingir patamares à medida da sua massa associativa.

Rui Cunha, o 'primo' salvífico


No passado dia 15 de maio, Álvaro Pacheco apresentou a sua demissão e, com o objetivo de escolher o quinto (!), treinador da época, António Miguel Cardoso apontou a uma decisão interina e desafiou Rui Cunha a assumir o a equipa na última jornada. A saber que os três pontos em Arouca seriam suficientes para o recorde de 63 pontos, o jovem técnico de 31 anos guiou o Vitória SC a uma reviravolta supersónica (1-3) e a mais uma página de história no clube minhoto, naquela que foi a quinta estreia a sorrir do quinto treinador da temporada... no quinto lugar.

A forma como todos os jogadores festejaram o marco histórico era sintomática de um grupo que tinha passado por várias dificuldades para chegar até onde chegou, naquele que foi o terceiro apuramento europeu consecutivo no Vitória SC, algo que já não acontecia desde 1998.

Uma época de contrastes


A pergunta que se impõe é: terão sido quatro treinadores a mais ou 29 técnicos a menos? Num exercício algo inusitado, se a moda pegasse, uma mudança técnica a cada jornada até poderia fazer do Vitória SC campeão nacional, dado que, em cinco estreias verificaram-se cinco vitórias.

Futuro incerto


Seguem-se novos tempos de mudança em Guimarães, sendo que Rui Borges, após um trabalho notável, é apontado como o próximo treinador dos conquistadores para a nova época. De Rui para Rui? A seu tempo saberemos...

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