O Inter de Milão anunciou que não tem qualquer obrigação de pagar ao Sporting Clube de Portugal pela transferência do médio João Mário para o Benfica, encerrando assim um assunto que arrasta um pedido de indemnização de 30 milhões de euros por parte dos leões. A situação começou a desenrolar-se a 10 de agosto de 2022, quando o Sporting formalizou a sua reclamação, alegando a não ativação de uma cláusula de preferência na transferência do jogador.
O Sporting sustentava que, de acordo com essa cláusula, deveria ter a primeira oportunidade de adquirir João Mário antes que ele fosse transferido para outro clube português. Esta controvérsia trouxe à tona questões importantes sobre os direitos dos clubes em negociações de transferências dentro do futebol.
Desenvolvimentos Legais
A situação escalou quando, a 10 de julho de 2023, a FIFA rejeitou o recurso apresentado pelo Sporting. Contudo, o clube não desistiu e decidiu apresentar um novo recurso junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS). No entanto, em 25 de abril de 2025, este recurso também foi rejeitado, validando a decisão anterior, o que significa que o Inter de Milão está completamente livre da indemnização exigida pelo Sporting.
Segundo o relatório e contas do Inter, a sentença é definitiva, uma vez que não houve outros recursos dentro do prazo para contestar esta decisão. Esta sequência de eventos deixou o Sporting numa posição delicada, uma vez que não conseguiu assegurar a compensação financeira que pretendia.
O Caso João Mário
Este episódio é apenas mais um capítulo no complexo mundo das transferências no futebol e da gestão de contratos. O Sporting, que cedeu João Mário ao Inter em 2020, decidiu não executar a opção de compra após um ano de cedência, o que permitiu ao jogador transferir-se para os rivais Benfica sem custos. Para o clube de Lisboa, este movimento foi visto como uma manobra para contornar a cláusula anti-rival, que proíbe a transferência de jogadores entre os três grandes sem compensações financeiras.
O desfecho deste caso levanta questões sobre a eficácia das cláusulas de preferência e como devem ser geridas as transferências entre clubes que têm uma rivalidade histórica. A situação destaca a necessidade de uma maior clareza nas regras que regem estas transações.
Luís Filipe Vieira e o Caso Camará
Em nova frente, Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, defendeu a legalidade do pagamento de 600 mil euros a Ulisses Santos, empresário de Ronaldo Camará, que na altura jogava na equipa B do Benfica. Vieira argumentou que o montante era “muito comum no futebol” e que tratava-se de uma antecipação necessária para garantir a continuidade do jogador.
O ex-presidente esclareceu: “O jogador estava em final de contrato e nós tínhamos de nos antecipar. Aliás, esse jogador foi penalizado. Tirámo-lo da equipa [B], estava só no ginásio a treinar porque ou ele renovava ou nós tínhamos de negociar imediatamente a venda dele.” Vieira assegurou ainda que o processo de renovação seguiu recomendações de pessoas competentes no clube.
A Visão de Vieira sobre os Empresários
Vieira fez questão de convidar aqueles que levantaram questões sobre a legalidade do negócio a “seguir o rasto do dinheiro”. Ele enfatizou que “as pessoas quando levantam dúvidas têm de fazer uma coisa: o dinheiro tem sempre rasto.” O antigo presidente acredita que os empresários existem e fazem parte da indústria e que a decisão do Benfica de renovar com Camará foi a acertada.
Ele concluiu: “O que é certo é que eu não era doido para renovar com um jogador se não tivesse uma pessoa a dizer para renovar com ele.” Esta posição revela a complexidade da relação entre clubes, jogadores e seus representantes no contexto do futebol profissional.
A relação entre transferências, indemnizações e o papel dos intermediários continua a ser um tema quente no desporto, especialmente quando se trata de clubes de grande dimensão como o Inter, Benfica e Sporting, que estão frequentemente no centro das atenções.