Mourinho analisa o Benfica-Newcastle e aborda futuro no clube

  1. Mourinho nunca treinou o Newcastle
  2. Regresso de Manu Silva previsto para final de novembro
  3. Mourinho garantiu estar em sintonia com o plantel
  4. Sudakov vai jogar mais próximo de Pavlidis contra o Newcastle

José Mourinho, numa antevisão ao aguardado confronto entre o Benfica e o Newcastle para a Liga dos Campeões, abordou uma variedade de temas que vão desde o seu percurso pessoal e ambições futuras, até à análise detalhada do plantel encarnado. O treinador português não deixou pedra sobre pedra, oferecendo insights valiosos sobre o momento atual do clube e as suas perspetivas para o futuro.

Com a sua habitual franqueza, Mourinho partilhou reflexões sobre oportunidades passadas, o seu compromisso inabalável com o Benfica, o desafio de assumir uma equipa a meio da época, e a pressão inerente ao cargo, especialmente num período de eleições. As suas palavras revelam um treinador profundamente envolvido e motivado, pronto para enfrentar os desafios que se avizinham.

A ligação (nunca concretizada) ao Newcastle

Mourinho começou por esclarecer os rumores que o ligavam ao Newcastle, confessando que nunca teve a oportunidade de treinar o clube inglês, apesar de ter sido associado a ele no passado. O técnico português reafirmou a sua total dedicação ao Benfica: “Não me arrependo porque nunca tive a oportunidade de dizer “não” ao Newcastle. Disse muitas “nãos” na minha carreira, mas nunca fui contactado pelo Newcastle. E para ser sincero, acho que não precisam de um treinador e espero que não precisem nos próximos tempos. Neste momento da minha carreira, não haveria um clube onde poderia ser mais feliz e motivado do que sou no Benfica. Não trocaria o Benfica por nenhum outro clube do mundo neste momento.”

O desafio de assumir uma equipa a meio da época

O treinador abordou também a sua experiência em assumir equipas com a época já em andamento, mencionando o Benfica, Tottenham e, agora, novamente o Benfica. Mourinho admitiu que esta situação acarreta desafios adicionais: “É a terceira vez em que agarro numa equipa com o campeonato em andamento: Benfica na primeira vez, Tottenham e agora o Benfica. Não posso dizer que tenha muita experiência nisso, mas essas pequenas experiências dão-me a noção que é muito mais difícil do que começar uma época e ter tempo para discutir coisas. Como tenho dito, o Eddie tem tido esse privilégio por estar aqui há três/quatro anos. Todos os jogadores são perfil Eddie. Quando se entra a meio da época não se pode estar frustrado. Cheguei com o comboio em andamento e tenho de tentar adaptar-me, sem sentir nenhum tipo de frustração.”

O regresso de Manu Silva

Mourinho partilhou notícias positivas sobre a recuperação de Manu Silva, revelando a data prevista para o seu regresso aos treinos: “Penso que na próxima semana estará a treinar connosco num modo global. Já faz algumas coisas connosco, como viram no treino de hoje (segunda-feira), mas com muito controlo. Pensamos que na próxima semana já pode começar a integrar o trabalho normal com a equipa. Se estamos no final de outubro, quase que me arriscaria a dizer que no final de novembro já terá condições para poder jogar.”

Pressão e eleições no Benfica

O técnico encarnado reconheceu a enorme pressão associada a jogar e treinar no Benfica, especialmente num período de eleições: “Acho que jogar no Benfica, treinar no Benfica, por si só, carrega pressão, responsabilidade e não é para todos. É suficiente para vir ainda uma pressão extra pelo facto de termos, ou não termos, algum tipo de influência no resultado das eleições (com o jogo desta terça-feira). Não acho que seja justo e não acho que tenhamos preparado o jogo para isso. Estivemos a preparar o jogo, tal como o de Chaves e o jogo de sábado. Esquecendo, ou tentando esquecer, que existem eleições, porque o nosso trabalho é outro e é nisso que temos de focar.”

Sintonia com o plantel e indireta ao antecessor

Mourinho abordou as suas declarações após o jogo da Taça de Portugal frente ao Chaves, garantindo estar em sintonia com o plantel e aproveitando para lançar uma indireta ao seu antecessor, Bruno Lage: “Nunca digo nada à equipa quando o jogo acaba. Vou ao balneário, cumprimento os jogadores, não é o momento de falar. Nunca o faço. A equipa quer o mesmo do que eu, não há divergência. Uma coisa é o plano e outra é o campo. Relativamente à relação com os jogadores também pode acontecer. Entre eu e eles não há desacordo. O que queria, assim que marcássemos, era acabar com o jogo. Eles tentaram mas, não conseguiram. (...) Eles tentaram, mas depois entraram num jogo mais lento, que acho que era o ritmo a que estavam habituados a jogar.”

Estratégia para o jogo com o Newcastle

Por fim, Mourinho revelou a estratégia para o jogo com o Newcastle no que toca à utilização de Sudakov: “Não somos uma equipa rápida, com transições muito fortes nem com alas muito rápidos ou verticais. A conexão Sudakov/Pavlidis é uma coisa que podemos explorar e uma caraterística que podemos melhorar. É muito importante ultrapassarmos a primeira barreira de pressão do Newcastle. É muito intensa, colocam muita gente na frente e deixam espaço entre a linha média e a defensiva que temos de saber explorar. O Sudakov costuma jogar mais pela esquerda - e espero que o Eddie Howe (treinador do Newcastle), não veja a BTV, mas amanhã vai estar mais próximo de Pavlidis”, disse em declarações à BTV, no relvado.