TAD anula suspensão de Harder após expulsão polémica na Liga

  1. Harder expulso frente ao Santa Clara
  2. TAD anulou suspensão três meses depois
  3. Suspensão causada por festejo considerado provocatório
  4. Clube contestou decisão do Conselho de Disciplina

O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) decidiu anular a suspensão aplicada a Harder, avançado do Sporting, após a sua expulsão na partida frente ao Santa Clara, que terminou com vitória leonina por 1-0 na 29.ª jornada da Liga. Esta decisão, tomada meses depois do episódio, levanta importantes questões sobre a transparência e fundamentação do processo disciplinar que originou a sanção.

A expulsão de Harder baseou-se num alegado festejo provocatório, descrito no relatório da partida como um grito de yeah direcionado aos adversários. O Sporting não concordou com esta medida aplicada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol e interpôs recurso junto do TAD, contestando a decisão.

Fundamentação do recurso e decisão do TAD

Três meses após o ocorrido, o TAD deu razão ao Sporting, salientando que o Conselho de Disciplina não fundamentou devidamente a sua decisão. O tribunal destacou que o pedido de diligências apresentado por Harder foi ignorado, o que comprometeu o direito de defesa do jogador.

Como consta no acórdão divulgado: “Sobre o requerido e exposto pelo Demandante [Harder], o CD [Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol] nada disse, não emitiu qualquer despacho a pronunciar-se sobre a diligência probatória requerida pelo Demandante, de admissibilidade ou inadmissibilidade da mesma de forma fundamentada, de deferimento ou indeferimento da mesma, o que sempre deveria ser de forma fundamentada. Pura e simplesmente, ignorou como refere o próprio Demandante, transformando o direito de audiência prévia do Demandante em momento meramente formal”.

Implicações para a justiça desportiva

Apesar da anulação formal da suspensão, Harder já cumprira a sanção ao faltar a um jogo, pelo que esta decisão resolve a questão apenas no plano jurídico, sem impacto prático adicional para a equipa. Contudo, o caso ressalta a importância de processos disciplinares transparentes e bem fundamentados.

Este episódio evidencia ainda a necessidade de rigor na justiça desportiva para manter a credibilidade do futebol profissional em Portugal. Reforça também os direitos dos jogadores e a capacidade dos clubes de contestarem decisões que considerem injustas, promovendo maior equilíbrio e justiça no futebol nacional.