Viktor Gyokeres, recentemente transferido para o Arsenal após uma série de controvérsias, encontra-se no centro de um debate acirrado sobre a sua atitude em relação ao clube que o projetou. Num relato sobre o seu comportamento, destaca-se: “No fundo do poço não se vislumbra humildade. Não se vislumbra nada, decerto. É o inóspito frio, o desamparo, a casa feliz da fealdade.”

O que motivou Gyokeres a adotar uma postura tão radical? As últimas semanas foram marcadas pela sua recusa em cumprir as obrigações contratuais e uma tentativa de forçar uma saída. “Gyokeres escolheu passar lá as últimas semanas. Para o sueco, o Sporting tornou-se insuportável. Escolheu o escuro, até a solidão, a separação unilateral quando tinha tudo para sair endeusado, qual Thor, o deus viking dos quadradinhos.” Essa frieza nas suas ações foi, segundo críticos, uma demonstração de “petulância e uma terrível ingratidão.”

O Contexto da Transferência

O contexto também é fundamental: “Há dois anos, Viktor era um avançado razoável, longe da elite mundial, quase sempre suplente na seleção. O Sporting deu-lhe golos, a titularidade absoluta na Suécia e a subida ao topo dos goleadores europeus. Tornou-o um alvo de desejo.” Portanto, deduz-se que Gyokeres pode ter esquecido as suas origens e a sua ascensão no clube.

O jornalista explica que a relação do jogador com o seu agente e o clube é “um ménage à trois disfuncional, desequilibrado, de desmandos e sevícias a la carte. E o elo mais fraco é, aqui como noutros casos, o clube empregador.” Essa dinâmica fez com que o sueco optasse por desentender-se com os compromissos.

A Ambição e as Consequências

A ambição é uma característica natural e deve ser saudada, mas não pode ser usada de forma a fazer das regras e da honorabilidade “uma tábua rasa de sentimento, de emoção, de decência.” Essa atitude levou a que os desdobramentos da transferência, que culminou numa quantia fixa de 63,5 milhões de euros, além de possíveis 10 milhões adicionais, levantassem questões sobre o valor que Gyokeres realmente atribui ao seu sucesso.

“Viktor Gyokeres é apenas o último caso de um futebolista estupidamente rico e estupidamente desprovido de paciência. Como se o contrato assinado fosse uma mera passadeira vermelha para chegar a outros lados, destinos alegadamente mais apelativos.” Essa transição não deixou os adeptos indiferentes e, como observou um crítico, “o mais triste é que, no final de contas, o braço de ferro será vencido por Gyokeres.”

Impacto nos Adeptos

Os adeptos sentirão o impacto profundo desta situação a longo prazo, especialmente aqueles que viam Gyokeres como uma estrela local. Agora, ele é reduzido a uma figura controversa, e a desfeita dada aos sportinguistas nas últimas semanas pesa na memória colectiva. As emoções são intensas e a relação entre o atleta e os fãs ficou profundamente abalada.

Por outro lado, é importante reconhecer o outro lado da história. “PS1: quem tem a paciência de me ler, sabe da minha desconfiança em relação aos atributos de Frederico Varandas. Neste dossier-Gyokeres, porém, merece os meus sentidos aplausos. Defendeu ao limite, e da forma possível, os interesses do Sporting num território sensível.”

Reflexões Finais

Embora a transferência para o Arsenal possa ter sido vista como um passo em direção a novos desafios, um reconhecimento permanece: “Viktor Gyokeres é um avançado poderosíssimo, do melhor que vi em Portugal. Vai jogar no Arsenal, na Premier League, e ainda terá saudades dos dias de leão ao peito. É a minha sensação, baseado na forma de jogar e de pensar dos gunners de Mikel Arteta.”