A morte de Diogo Jota, aos 28 anos, num acidente de viação, está a ser profundamente sentida no mundo do futebol. Fernando Santos, o antigo selecionador nacional, recordou um dos jogadores que marcou a seleção portuguesa. “Só penso na família, resta-me rezar muito por ele. Nestas alturas até é difícil estar a falar do futebolista, pois isso não é o mais importante”, afirmou Santos.

Ele foi ainda mais longe ao recordar os tempos que passaram juntos: “Ele estreou-se comigo aos 22 anos. Estava tapado pelo melhor jogador do mundo [Cristiano Ronaldo], mas encontrou sempre o seu espaço. O mérito foi dele. Tinha uma grande paixão pela seleção”. Esta paixão pelo futebol e pela seleção era visível, pois, mesmo ausente do Mundial do Qatar devido a uma lesão, Diogo Jota fez questão de acompanhar a seleção.

Recordações de Fernando Santos

Noutro momento, Santos relembrou uma visita a Jota: “Recordo-me bem quando o visitei em Liverpool numa altura em que ele estava lesionado. Era um momento complicado para ele, mas gostei muito dessa conversa”. A conexão entre eles é clara, e Santos enfatizou a importância da memória de Jota: “Agora só consigo pensar na sua família, na esposa e nos três filhos que deixa”.

O evento trágico também afetou o clube onde Diogo Jota passou um período significativo. O Penafiel, onde André Silva, irmão de Jota, jogou, expressou seu pesar. Domingos Garcia, presidente da SAD do clube, adotou um tom emotivo: “Muito difícil. O André era uma pessoa enorme, com uma humildade enorme. A família estava sempre em primeiro lugar. É uma tragédia em que estamos todos sem palavras. Sem saber o que dizer”.

Reações do Clube e dos Amigos

Assim como Santos, Garcia pediu respeito pelo luto: “Está a custar muito. Damos os sentimentos a toda a família e a todos os amigos [do André]”. José Reis, outro membro da direção, destacou que ninguém espera uma notícia dessas e lamentou a perda de dois jovens, mencionando que a dor da situação é imensa.

Filipe Anunciação, um antigo capitão do Paços de Ferreira, também compartilhou suas memórias sobre Jota: “O Jotinha sempre teve um trato que não é fácil de encontrar, porque não olhava a caras na hora de dividir uma bola, fosse num exercício ou num jogo, sempre com o objetivo de vencer”. Anunciação falou sobre a humildade de Jota, revelando: “Ele sabia que era dos melhores da sua geração, mas estava aberto a ouvir todos, fossem treinadores ou colegas, sempre com um comportamento impecável”.

Legado de Diogo Jota

O Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) também expressou seu pesar, mencionando que a memória de Diogo Jota permanecerá viva. “Neste momento de luto, expressamos as nossas mais sentidas condolências à família, amigos, colegas e a todos os que, em Portugal e além-fronteiras, partilham esta perda irreparável”, afirmaram. O IPDJ caracterizou Jota como um “cidadão exemplar e atleta de excelência” e um exemplo para as novas gerações, continuando a reafirmar seu legado no desporto português.

Ao abordar as últimas memórias de Jota em campo, recordamos que os seus últimos minutos de jogo foram marcados pela celebração e vitória. Jota jogou os seus últimos 14 minutos na final da Liga das Nações, um testemunho do seu espírito de luta e dedicação à seleção. Jota foi lançado já em prolongamento, participando da festa da conquista, um evento que se tornaria a sua última aparição como atleta.

Um Legado Além do Futebol

Em tantos relatos e memórias, a vida de Diogo Jota representa um legado que transcende o campo, sempre marcada pela dedicação e paixão. Com as suas qualidades, não só como jogador, mas como ser humano, deixou uma marca indelével na história do futebol português e nos corações de todos os que o conheceram.

A sua partida precoce é um lembrete da fragilidade da vida e da importância de valorizar os momentos com aqueles que amamos. Diogo Jota será sempre lembrado não apenas pelas suas conquistas em campo, mas também pelo seu carácter e pela influência positiva que exerceu ao longo da sua vida.