Mariana Cabral critica gestão do futebol feminino no Sporting

  1. Mariana Cabral é atualmente treinadora-adjunta no Utah Royals, nos Estados Unidos.
  2. Joana Martins fraturou a clavícula em agosto de 2024 e não foi operada de imediato.
  3. Mariana Cabral ganha quase o triplo nos EUA do que ganhava no Sporting.
  4. Mariana Cabral demitiu-se do Sporting por falta de condições e reconhecimento.

Mariana Cabral, atualmente treinadora-adjunta no Utah Royals, nos Estados Unidos, proferiu duras críticas à gestão da equipa feminina de futebol do Sporting Clube de Portugal. Em entrevista ao podcast “Olhá Bola, Maria”, da Rádio Renascença, a técnica não poupou nas palavras, revelando as dificuldades e a falta de reconhecimento sentidas durante a sua passagem pelo clube de Alvalade.

As declarações da treinadora lançam um olhar crítico sobre as condições de trabalho e o investimento no futebol feminino em Portugal, contrastando-as com a realidade que encontrou no futebol norte-americano.

Duras Críticas à Gestão do Futebol Feminino no Sporting

Mariana Cabral começou por denunciar uma atitude condescendente em relação ao futebol feminino em Portugal: ““O Sporting podia ser muito melhor do que aquilo que é, só que há um problema grande em Portugal: as pessoas acham que nos estão a fazer um favor por terem uma equipa feminina””, afirmou.

A treinadora recordou o caso da média Joana Martins, que sofreu uma fratura da clavícula em agosto de 2024 e cuja operação não foi realizada de imediato. Mariana Cabral lamentou: ““A pancada que eu levei só por ter dito isso... e ok, eu entendo [as represálias], mas o meu trabalho é tentar proteger as jogadoras. E quando isso acontece, e não é a primeira vez, não é a segunda, não é a terceira...””.

Falta de Condições e Demissão

A falta de condições de trabalho foi um dos principais motivos que levaram Mariana Cabral a abandonar o Sporting. ““Quase que nos obrigam a estar gratas por ter uma equipa. Eu percebo que há pessoas que não se importam, mas eu não sou assim. Fazia-me muita confusão. E também foi por isso que acabei por me demitir, porque senti que não tinha mais vontade de dar a cara por algo em que já não acreditava””, explicou.

A treinadora recordou as dificuldades iniciais no clube: ““Quando nós entrámos no Sporting, nem gabinete para os treinadores tínhamos. Também não havia câmara, era emprestada. Não havia scouting na altura. Uma série de coisas que parece agora outro tempo. Claro que isso depois mudou, já não era assim, mas o processo teve de ser todo do zero. Tudo isso teve de ser construído, teve de ser feito por nós””, detalhou.

Comparação com a Realidade Norte-Americana

Mariana Cabral traçou um paralelo entre a realidade que vive atualmente nos Estados Unidos e a que experienciou em Portugal. ““Temos dois relvados, os homens têm dois relvados também, são lado a lado. Partilhamos o mesmo refeitório, a mesma cantina, normalmente em horários diferentes, mas às vezes cruzamo-nos e estamos ao mesmo tempo. Achas que alguma vez em Portugal isto iria acontecer? Nunca. Em Portugal, já treinar em relvado era uma sorte...””, contrastou.

Salário e Satisfação Pessoal

A nível salarial, a diferença é notável: ““Eu aqui ganho quase o triplo do que ganhava no Sporting, e sou treinadora adjunta. É só um pequeno exemplo. Quando falo de condições, não falo apenas de dinheiro””, garantiu Mariana Cabral.

A treinadora concluiu: ““Estamos sempre no 'banter' [n.d.r. na brincadeira], é uma coisa brutal. É muito engraçado. É uma coisa boa para ti, porque todos os dias vais feliz para o trabalho. Isso é que eu quer, isso é que é o meu objetivo. E foi por isso também que me demiti do Sporting. Eu não ia feliz para o trabalho. E eu quero manter esta paixão pelo futebol””.

Luís Pinto assume o comando do Vitória de Guimarães com ambição de vitória

  1. Luís Pinto assinou contrato com o Vitória de Guimarães até 30 de junho de 2027.
  2. Luís Pinto liderou o Tondela ao título da II Liga e à promoção ao primeiro escalão.
  3. Luís Pinto: “jogarmos para ganhar, jogarmos com coragem e conseguirmos materializar isso em pontos”.
  4. Equipa técnica de Luís Pinto: Bruno Monteiro, Diogo Valente Oliveira, Douglas Jesus, João Costa, Rui Vieira e Vítor Maia.