A vitória da seleção sub-17 de Portugal no Campeonato da Europa foi celebrada por Diogo Queirós, defesa central e protagonista da final. Ele comentou a importância deste feito para o desenvolvimento dos jogadores, dizendo: “Nós fomos vistos - e estes também serão - como jogadores especiais, que alcançaram coisas que muito poucos conseguiram. Agora, o objetivo que tem de entrar nas cabeças deles é manterem o nível e procurarem dar provas de que não foi uma sorte aquilo que conseguiram atingir e que são realmente bons e conseguem dar o melhor por Portugal sempre que são chamados.”

O triunfo por 3-0 sobre a França, conquistado em Tirana, foi um momento marcante para a história do futebol português, reafirmando a tradição das formações juvenis que têm sido, ao longo dos anos, um verdadeiro celeiro de talentos. Queirós sublinhou a mentalidade como um fator decisivo: “O mais importante é a mentalidade e a cabeça dos jogadores, porque qualquer um que está na seleção de sub-17 e conquista troféus tem qualidade. A diferença está na forma como lidam com a pressão e as adversidades que aparecem pela frente.”

O Impacto da Vitória

O sucesso da seleção sub-17 teve um impacto notável não só para os jovens atletas, mas também para a seleção sénior. Queirós refletiu: “Na altura, olhava para os meus colegas e sentia que eles eram os melhores e tinham um grande futuro pela frente. Por isso, não me surpreende assim muito que tenham chegado lá. O anormal era se ninguém o fizesse. Foi uma geração que trouxe muita coisa positiva para o nosso país.”

O jogo transmitido pelo Canal 11 registou uma audiência recorde, com 1 milhão e 175 mil telespectadores, destacando-se entre os programas mais vistos desde a estreia do canal. Apesar da vantagem de 2-0 ao intervalo, a audiência cresceu, demonstrando o envolvimento dos espectadores até ao final.

A Tática em Jogo

A exibição da equipa e a tática implementada mostraram-se cruciais para o resultado final. Mesmo com uma vantagem confortável, os adeptos mantiveram a sua paixão e envolvimento, o que se refletiu em melhores níveis de audiência na segunda parte do jogo.

Queirós lembrou a força das relações forjadas entre gerações de jogadores, o que pode ter contribuído para a vitória. Ele afirmou: “[O êxito] Teve um impacto imenso, mas, ao mesmo tempo, sinto que nem se tem bem a real noção na altura do que conseguimos atingir. Agora, claro que é um grande ponto de partida para continuarmos a nossa formação e verificar que entramos num espaço muito diferenciado, que acarreta ainda mais responsabilidade e pressão no futuro.”

Os Desafios da Transição

Diogo Queirós também abordou os desafios que os jovens jogadores enfrentam na transição para o patamar sénior: “A [transição da formação para o patamar sénior] é, se calhar, a fase mais importante da vida de um jogador e depende de vários fatores. Se a maioria desses for positiva, é mais fácil continuar a trilhar o percurso que toda a gente está à espera que um jovem obtenha.”

Ele alertou que, se surgirem dificuldades, o trajeto torna-se mais complexo: “Se acontecerem coisas mais negativas, o trajeto fica com mais curvas e um atleta tem de se mentalizar que não vai chegar tão diretamente ao topo, mas nunca deixar de acreditar no seu potencial.”

O Futuro do Futebol Português

A jornada da seleção sub-17, sob a liderança de Hélio Sousa, é uma demonstração clara da força das formações em Portugal e da capacidade dos jovens talentos. Queirós expressou a esperança de que esses “meninos especiais” continuem a levar o nome de Portugal aos altos patamares no futebol internacional.

Com um futuro promissor pela frente, a expectativa é que esta geração possa não apenas repetir, mas superar os feitos das anteriores, consolidando ainda mais a reputação de Portugal como um dos grandes centros de formação de futebol.