Rui Borges, treinador do Sporting, é um dos profissionais mais procurados atualmente, especialmente nos quatro meses desde que assumiu a liderança da equipa principal. Durante uma recente entrevista no programa Alta Definição
, ele partilhou a sua visão sobre as dificuldades e a necessidade de evolução que sente neste momento da sua carreira. A honestidade sempre foi uma das suas marcas, mas Borges reflete sobre a necessidade de ajustar algumas das suas abordagens. “Não vou mudar nunca. Mas estes quatro meses têm demonstrado esse crescimento que preciso em alguns momentos. Não mudando, mas perceber até onde posso ir com toda a minha naturalidade. Se calhar não posso ser tão transparente em alguns momentos,”
destacou. Esta afirmação evidencia a tensão que acompanha a sua função como treinador, onde cada palavra tem um peso significativo na percepção pública.
A luta interna entre a sua natureza comunicativa e a realidade da exposição mediática foi um ponto central na sua reflexão. “Deixa-me triste porque gosto de o ser e gosto de ser natural. Há dias dizia à malta da comunicação: 'Se calhar o melhor é eu fazer como muitos outros. Ir falar, principalmente quando comunico para fora... levo as frases feitas.'”
Com estas palavras, Borges indica a pressão que sente para se adaptar e possivelmente esconder a sua verdadeira essência, optando por um discurso mais elaborado que pode ressoar melhor com o público e a imprensa.
Autenticidade e Imagem
A relação entre autenticidade e imagem é um tema recorrente na vida de um treinador, e Rui Borges não é exceção. Num ambiente onde os resultados e a comunicação são críticos, a necessidade de ser cauteloso em cada interação tornou-se uma prioridade. “Se calhar é o que muita gente preferia, não sei. Dada a minha exposição, cada palavra é avaliada e pode ter muitos significados e ser desviada para muitos contextos.”
Esta declaração estabelece um alerta sobre as interpretações e as consequências das suas palavras, revelando a complexidade do papel de um treinador na atualidade.
Pressão Constante
Por fim, a reflexão de Rui Borges sobre a sua jornada e a necessidade de um crescimento contínuo na sua forma de comunicar é um testemunho da pressão constante que os treinadores enfrentam na esfera pública. O seu compromisso em manter a sua autenticidade, mesmo em simultâneo com a adaptação às exigências da sua função, ilustra bem a luta entre ser verdadeiro e ser bem-sucedido no competitivo mundo do futebol.