A complexidade das mudanças no Sporting, tanto a nível pessoal como coletivo, veio à tona numa conversa recente entre Viktor Gyökeres e Eduardo Quaresma. Ambos os jogadores refletiram sobre os desafios que enfrentaram, com Gyökeres a recordar as críticas iniciais e Quaresma a evidenciar o impacto emocional da saída de Rúben Amorim.
A resiliência de Gyökeres, especialmente após a operação ao joelho, tem sido notável. O avançado sueco tem demonstrado a sua capacidade de superar adversidades e afirmar-se no clube de Alvalade.
Superando Críticas e Afirmando-se
Viktor Gyökeres recordou o início da temporada, marcado por algumas críticas: “Acho que até me chamaram gordo quando cheguei à primeira pré-época. Há sempre isso. Só tenho de me afirmar para dar boas manchetes.” A sua resposta em campo tem silenciado os críticos e demonstrado o seu profissionalismo e foco.
A adaptação ao novo estilo de Rui Borges também foi um desafio, mas Gyökeres tem conseguido manter o seu elevado nível de performance, sendo uma peça fundamental no ataque leonino.
O Impacto da Saída de Rúben Amorim
A saída de Rúben Amorim foi um momento difícil para a equipa, segundo Gyökeres: “Era algo que nós, enquanto jogadores, não queríamos. Estávamos a voar. Foi um momento triste, mas compreendemos a decisão. Não houve ressentimentos.” A ligação emocional entre o plantel e o ex-treinador era forte, e a transição foi sentida por todos.
Eduardo Quaresma descreveu o impacto da despedida de Amorim de forma ainda mais intensa: “Tivemos uma reunião e ele disse-nos 'malta, ainda não sei de nada, por favor confiem em mim' e eu 'ok, tranquilo, confio em ti, sempre confiei'. No jogo a seguir diz-nos 'vou-me embora' e depois ainda se mantém durante 3 ou 4 jogos. Isso ainda é mais difícil. Eu só dizia 'vai-te embora'. Quando ele se foi embora acho que fui o que mais chorou.” As palavras de Quaresma ilustram a profundidade da relação entre o treinador e os jogadores.
O Momento de Virada e a Resiliência da Equipa
Gyökeres identificou o jogo no Estádio da Luz como um momento de virada crucial para a equipa: “Estávamos prontos para provar o nosso valor. Talvez não tenhamos jogado como queríamos, mas foi um ponto importante. No jogo seguinte, fomos campeões.” Este episódio sublinha a importância da resiliência e da capacidade de superação em momentos decisivos.
A conquista do título nacional demonstrou a força mental e a união do grupo, que soube reagir às adversidades e alcançar o objetivo.
Foco no Futuro e a Camaradagem no Balneário
Com a corrida pela Bota de Ouro em destaque, Gyökeres mantém a serenidade: “Tento não pensar nisso. Claro que se pudesse mudar as regras mudaria, mas não está nas minhas mãos.” O avançado sueco está focado em dar o seu melhor e continuar a marcar golos.
Sobre o futuro, Gyökeres deixou a porta aberta: “Vamos ver. O futebol é assim. Nunca se sabe o que vai acontecer. Prometo continuar a melhorar e a marcar golos.”
Eduardo Quaresma, com humor, abordou a pressão e a popularidade de Gyökeres: “Não sei se o vamos perder. Ainda não se sabe. Eu acredito que sim, mas pronto. É difícil porque pontas-de-lança como ele há muito poucos. Estou cansado do Viktor, é muito bom. Muita camisola para assinar, pedem-me ‘chama o Viktor’. Chego ao balneário, já não consigo olhar para ele. É cinco estrelas.” Esta interação reflete a boa disposição e a camaradagem que prevalecem no balneário leonino.