A decisão do título português está marcada para sábado, e a tensão nos clubes é palpável. Jorge Silvério, psicólogo desportivo, enfatiza a importância do controlo emocional, particularmente no Sporting. Ele nota que “o principal trabalho a ser feito pela equipa técnica é o controlo de alguma euforia” após o empate com o Benfica, onde os jogadores ficaram a celebrar. O foco total é imperativo, especialmente tendo em conta que a equipa só precisa fazer igual ou melhor em casa contra o Vitória de Guimarães do que o Benfica contra o Braga.
Contrastando com a situação do Sporting, Silvério sublinha os desafios do Benfica. “O trabalho que a equipa técnica vai ter que fazer é, sobretudo, que os jogadores acreditem que ainda é possível”. Isto é particularmente relevante agora que a equipa já não depende apenas de si. Portanto, a motivação precisa ser mantida em alta, apesar das dificuldades.
Gestão Emocional e a Equipa Técnica
Além da gestão emocional dos jogadores, Silvério ressalta que não se pode esquecer os técnicos. “Normalmente só se fala dos jogadores, mas são os treinadores que vão ter que fazer o trabalho de gestão”. O equilíbrio emocional e a atenção ao que se passa com a equipa são fundamentais nessa fase decisiva.
A capacidade de adaptação é igualmente essencial, segundo Silvério: “É importante ter esse controlo de decisão. Independentemente de como os jogos vão correr, estar preparado para vários cenários”. O treinador deve estar sempre pronto para ajustar a estratégia conforme o desenrolar do jogo, o que é um desafio em situações de elevada pressão.
Pressão no Boavista
Miguel Leal, ex-treinador do Boavista, também enfrenta uma situação crítica. O seu antigo clube precisa não apenas de vencer o Arouca, mas também de contar com resultados favoráveis em outros jogos. Leal afirma: “Temos de dizer sempre aos jogadores que não é um jogo de vida ou de morte, mas pode definir as nossas carreiras”. Essa abordagem ajuda a aliviar a pressão, permitindo que os jogadores se concentrem nas suas ações em vez de se deixarem levar pela ansiedade do resultado final.
Gestão emocional é uma das variáveis mais críticas no futebol. “No futebol, já vi acontecer tanta coisa imprevista... Por isso, nada é impossível”, observa Leal, sublinhando que mesmo estando no último lugar da tabela, ainda é possível sonhar.
Pressão Externa e Foco no Jogo
Além disso, reconhece a dificuldade em lidar com tendências externas: “Os jogadores não ficam indiferentes ao que se passa nos outros campos. É um aspeto que pode funcionar contra”. É vital que os jogadores se mantenham concentrados no seu jogo, apesar da pressão externa.
“O que mais interfere no jogo é o aspeto psicológico”, conclui Leal. E com a importância crescente de apoio psicológico nas equipas, os clubes estão a tomar consciência dessa necessidade, reforçando a ideia que o foco na mente é tão vital quanto a estratégia e tática em campo.
A Saúde Mental no Futebol Moderno
O futebol moderno não é apenas uma questão de habilidades físicas, mas também de saúde mental, o que é ainda mais relevante em jogos decisivos. A consciência sobre a importância do apoio psicológico nas equipas continua a crescer, demonstrando que, em momentos críticos, a mente pode ser o fator decisivo que determina o sucesso ou o fracasso.
Os clubes começam a investir mais em profissionais de psicologia desportiva, compreendendo que uma abordagem holística que inclui a saúde mental dos jogadores é essencial para o desempenho em campo. O equilíbrio emocional pode fazer a diferença num campeonato tão competitivo e imprevisível como o português.