“Ele é muito exigente, vai ao até último detalhe. Às vezes, pensamos que estamos bem mas um centímetro, para ele, faz a diferença. Essa exigência é muito importante. Um dos grandes segredos do sucesso dele é a forma de estar. Não gosta de facilitar em nada, trabalha sempre no limite”, revelou Francisco Ramos, médio que trabalhou com Rui Borges no Nacional.
De facto, a exigência e organização de Rui Borges são marcas registadas do seu trabalho. Adílio Varela, avançado que o conheceu no Mirandela, lembra os “sermões” do treinador: “Se ele nos dava nas orelhas? Ui... quando dá, é de doer nas canelas. Ele chamava-nos a atenção uma, duas vezes. À terceira era fogo na fogueira.”
Sensibilidade para lidar com os jogadores
No entanto, essa postura rígida vem acompanhada de uma grande capacidade de se relacionar com os jogadores. Jorge Fernandes, que trabalhou com Borges no Sporting, destaca essa vertente: “Tem a sensibilidade de ouvir o nosso lado. O treinador que foi jogador tem sempre uma capacidade diferente de lidar com as coisas, já esteve do nosso lado e acaba ser mais fácil perceber as atitudes que temos.”
Sucesso em várias equipas
Essa abordagem tem permitido a Rui Borges implementar com sucesso as suas ideias em várias equipas. Primeiro no Moreirense, onde bateu o recorde de pontos, depois no Vitória de Guimarães, com uma histórica campanha na Liga Conferência. Agora, no Sporting, apesar das adversidades, Borges mantém o Sporting na liderança do campeonato e Jorge Fernandes acredita que o técnico possa conquista o título esta época: “Acredito que já tenha feito mais de 50 jogos, falta um esforço final e acredito que é esse o foco que ele tem este momento, o de se sagrar campeão nacional.”
Capacidade de liderança
João Traquina, que trabalhou com Borges na Académica, reforça essa crença: “É um treinador com enorme capacidade de liderança e consegue criar uma excelente relação de proximidade e confiança com os jogadores. O trabalho inicial no Vitória foi incrível e a ida para o Sporting foi um salto bastante merecido. Acredito que pode culminar com o título de campeão porque, até ao momento, estão a conseguir exibições bastante consistentes, apesar das muitas lesões.”
Com uma carreira meteórica que o levou aos 300 jogos como treinador aos 43 anos, Rui Borges tem conquistado adeptos pelo seu trabalho e pelos resultados que tem alcançado. A exigência, a organização e a capacidade de liderar um balneário parecem ser as chaves do seu sucesso.