O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou a sua preocupação em relação ao diferendo entre Pedro Proença, da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Fernando Gomes, do Comité Olímpico de Portugal (COP). “Aquilo que se espera é que, se há algumas questões internas aqui relativamente a instituições que são importantes -- a Federação Portuguesa de Futebol é importante lá fora, o Comité Olímpico de Portugal é importante lá fora --, que sejam resolvidas cá dentro, sem repercussão lá fora”
, declarou Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado salientou que a falta de acordo pode ter repercussões negativas para o desporto nacional: “se [o atual diferendo] tem repercussão lá fora que não seja positiva, perdem os atletas olímpicos, perdem os atletas que servem as nossas seleções de futebol, perde a organização de campeonatos em que Portugal também está envolvido”
. Esta preocupação é partilhada por outros líderes desportivos em Portugal.
Legado do Desporto Português
Daniel Monteiro, presidente da Confederação do Desporto, também se pronunciou sobre a situação, enfatizando a importância do legado que o desporto português construiu ao longo dos anos. “O desporto português e o futebol em particular conquistaram ao longo dos anos muito respeito internacional, pelos resultados desportivos alcançados, pela capacidade organizativa, pela criação de novas infraestruturas e pela capacidade de inovação e desenvolvimento. Esse é um legado que importa reconhecer, respeitar e dar continuidade”
, afirmou Monteiro.
Monteiro destacou a relevância do entendimento entre os agentes desportivos: “Os agentes desportivos devem dar o exemplo na capacidade de criar consensos, defendendo os superiores interesses do país. É o meu desejo, a bem do desporto português”
. Essas declarações sublinham a ideia de que a unidade e a cooperação são essenciais para a manutenção do prestígio do desporto nacional.
Necessidade de Resolução Interna
Ambos os líderes chamaram a atenção para a necessidade de resolver as divergências internamente para o bem do desporto português. “Perdem essas instituições, em termos de prestígio, e perdem os seus presidentes. Portanto, como perdem todos, o bom senso obriga a que se evite que todos percam, e sobretudo que Portugal fique afetado desnecessariamente, quando isso pode resolver simplesmente cá dentro”
, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.
O futuro do desporto português, especialmente no que toca ao futebol, depende da capacidade dos seus líderes em encontrar um caminho comum e evitar que conflitos institucionais interfiram na imagem e no impacto positivo que o desporto tem para o país.