A temporada 2023/24 do futebol profissional em Portugal atingiu um marco histórico ao superar pela primeira vez a receita de 1.000 milhões de euros. De acordo com o Anuário do Futebol Profissional Português, elaborado pela Liga de Clubes em colaboração com a empresa EY, as Sociedades Desportivas geraram um volume de negócios de 1.073 milhões de euros, o que representa um crescimento de 83 milhões de euros em comparação com a época anterior.
Apesar deste crescimento nas receitas, o contributo do futebol para o PIB português apresentou uma ligeira diminuição, totalizando 662 milhões de euros, ou 0,25% da riqueza nacional, o que corresponde a uma redução de 5 milhões em relação à época transacta. Este abrandamento no crescimento do PIB deve ser considerado no contexto das circunstâncias económicas e financeiras que afectam o país.
Crescimento do Emprego no Futebol
A época também se destacou pela criação de novos postos de trabalho, com as 34 sociedades desportivas a atingirem um recorde de 4.436 empregos, o que representa um aumento de 27%. As 18 sociedades do principal escalão empregam um total de 3.239 pessoas, sendo 1.928 funcionários nas áreas administrativas, 989 jogadores e 322 treinadores. Este crescimento na criação de empregos não só evidencia o fortalecimento das instituições futebolísticas, mas também sublinha a relevância do futebol como motor de desenvolvimento económico em diversas regiões do país.
O aumento do emprego reflete igualmente a valorização do trabalho no sector, revelando o impacto positivo que o futebol pode ter na sociedade e na economia local. A promoção de um ambiente laboral sólido e dinâmico é crucial para a continuidade deste crescimento.
Aumento das Remunerações e Impacto Fiscal
Em termos de remunerações, registou-se um aumento significativo, com as compensações a subir de 364 milhões de euros para 424 milhões de euros. A maior parte destas remunerações foi atribuída aos atletas, que receberam um total de 294 milhões de euros, em comparação com os 75 milhões de euros destinados aos funcionários e 55 milhões aos técnicos. Este aumento ilustra a evolução do mercado de trabalho no desporto, sinalizando uma valorização crescente dos atletas.
O impacto fiscal do futebol profissional também se revelou substancial, com um total de 268 milhões de euros pagos em impostos ao Estado na época em análise, um aumento em relação aos 228 milhões da época anterior. A Liga assumiu a maior parte deste impacto, contabilizando 89% do total, equivalente a 238 milhões de euros, enquanto o pagamento de IRS e contribuições sociais atingiu 216 milhões de euros, correspondendo a 81% do montante total.
Assistências e Resultados Operacionais
No que diz respeito às assistências, a Liga registou 4,2 milhões de adeptos nos estádios, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, reiterando a paixão dos portugueses pelo futebol e a relevância das competições como atrativo social. Este aumento nas assistências é um reflexo do envolvimento crescente dos adeptos e da sua fervorosa adesão às equipas e eventos.
Por fim, a Liga fechou a época com resultados operacionais positivos, registando cerca de 29 milhões de euros em receitas. Este resultado incluiu um lucro de 774 mil euros após contabilizar 26,5 milhões de euros em gastos e a distribuição de mais de 9,8 milhões de euros às Sociedades Desportivas. Nos próximos meses, a Liga enfrentará um processo eleitoral, com novos candidatos a concorrer à liderança da organização, o que poderá influenciar directamente a continuidade e a evolução destas iniciativas.